sexta-feira, 18 de novembro de 2016

PSD TOMAR com novo andamento, mas

Após meses e meses de faz que anda mas não anda, a direcção laranja nabantina resolveu enfim apressar-se lentamente. Segundo a edição desta semana d'O Templário (ver ilustração infra) João Tenreiro e os seus pares (ou outros por eles) encomendaram uma sondagem, visando obter dados para a posterior designação do cabeça de lista para as próximas autárquicas. Trata-se sem dúvida de um novo andamento, mas...
Refere ainda O Templário que, no âmbito dessa mesma sondagem, os dirigentes social-democratas pretendem saber também qual o melhor cabeça de lista consoante os diversos adversários. E vão mesmo mais longe, ao mandar indagar se devem ou não fazer uma coligação pré-eleitoral e se afirmativo com quem. Resumindo, parece pretenderam algo pronto a usar, tipo receita de cozinha.
Como diria o saudoso e combativo Fernando Patrocínio, é fora de dúvidas que se trata de algo melhor que o habitual método de escolha a olho e a dedo. Ainda assim, na minha tosca opinião Tenreiro e parceiros não escolheram o melhor caminho possível. São novos, falta-lhes experiência, poderia eu dizer, se pretendesse ser duro, o que não é de modo algum o meu intento. No entanto, temo bem que seja exactamente esse o caso -a manifesta falta de experiência política.
Se assim não fora, os citados dirigentes saberiam decerto que, por essa Europa fora, praticamente todas as formações políticas recorrem a eleições primárias abertas, nas quais podem votar mesmo os não filiados, para escolher os seus candidatos. Para não irmos mais longe, no próximo domingo a direita francesa vai escolher em eleições primárias abertas o candidato da direita à presidência da República, entre sete pretendentes. Prevêem-se entre dois e três milhões de eleitores. Nos meses seguintes será a vez dos socialistas gauleses, com o próprio presidente François Hollande a ter de passar por aí, como qualquer outro cidadão, caso queira recandidatar-se, o que não é certo. Porque o seu desempenho como presidente da república já demonstrou à maior parte dos franceses que, mesmo um candidato escolhido em eleições primárias, não garante depois um bom desempenho.

Mesmo assim, todas as formações optam por eleições primárias, após terem constatado que se trata do método mais fiável, desde que obtidas previamente algumas garantias, entre as quais a tal votação aberta a todos, única maneira de evitar eventuais arranjinhos internos, como já sucedeu no PS Tomar, em 2009. Na verdade, as sondagens são cada vez menos credíveis, devido designadamente aos erros de amostragem, bem como à deficiente elaboração do questionário e subsequente formulação de cada pergunta.
Para não entrar em detalhes, que  no caso seriam inúteis, convém recordar o que ocorreu na recente eleição presidencial americana. Num país onde se fazem sondagens há muito tempo, quase todas indicaram repetidamente que H. Clinton ia vencer, com mais ou menos vantagem. Afinal ganhou Trump, que a generalidade da comunicação social, baseada nas tais sondagens, tratou como um perdedor desde o início.
Por conseguinte, desejo aos dirigentes do PSD local, tal como aos seus homólogos de todas as outras formações, que tenham sorte, lembrando todavia que ter sorte dá em geral muito trabalho. Pelo que, caso não optem em tempo oportuno por uma eleição primária aberta e limpa, depois não estranhem, caso os resultados eleitorais não venham a corresponder ao esperado.
Quem vos avisa, vosso amigo é!

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