segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Mau sinal vindo de Abrantes

Segundo o semanário O Mirante, há cisões no PSD Abrantes, provocadas pela escolha do cabeça de lista para as próxima autárquicas. É um mau sinal para o PSD Tomar. Conforme já aqui foi demonstrado, Tomar e Abrantes têm população comparável e problemas semelhantes, nomeadamente crise económica grave, desemprego, falta de investimento e fuga da população mais nova. Além disso, Abrantes tem outra parecença importante com Tomar - um oneroso equívoco chamado Complexo da Levada, que lá designam por Museu Ibérico de Arte e Arqueologia.
Mas aí cessam os pontos comuns às duas cidades, Abrantes desde 1917, Tomar desde 1844, o que faz dela a mais antiga do distrito. Enquanto Tomar é, sem contestação possível, uma cidade de recursos turísticos, que explora com alguns erros crassos, a vocação turística de Abrantes não é evidente, por nítida carência de atractivos nessa área. O que vai forçar a autarquia abrantina, mais tarde ou mais cedo, a procurar alternativas mais realistas e promissoras para o desenvolvimento económico da cidade e do concelho. Dizer o contrário só para agradar, seria enganar os abrantinos e por isso desonesto. As coisas são o que são.

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Aspecto do Castelo de Abrantes

Também em termos de eleitos,  o panorama é bem diferente. Em Abrantes o PS dispõe de ampla maioria absoluta, com 5 eleitos, enquanto o PSD se contenta com um só, uma vereadora que foi cabeça de lista vencida em 2013. O outro vereador pertence à CDU. Em Tomar, como se sabe, o PS já nem de maioria relativa dispõe, mesmo em coligação, após o auto-afastamento do vereador Serrano, enquanto que o PSD conta com dois vereadores. Temos assim outra diferença de monta. Em Abrantes não há oposição devido à esmagadora maioria socialista. Nas margens nabantinas só não há oposição por nítida falta de habilidade para tanto. O PS minoritário agradece. A CDU esfrega as mãos de contente. 
Se calhar ainda traumatizado pelo magro resultado de 2013, o PSD Abrantes resolveu desta vez agir com tempo e já escolheu o seu cabeça de lista para 2017. Acto continuo, verificaram-se divisões graves entre os laranjas. Refere O Mirante, na notícia citada, que a única vereadora social democrata se desvinculou do partido (terá aprendido com Luís Ferreira e Rui Serrano?), enquanto os deputados municipais laranja já deixaram de se reunir na sede do partido. Clima tempestuoso nas hostes social-democratas em Abrantes.
Graças a Deus em Tomar não temos nada disso, não há cisões. O partido está unido, dirão os dirigentes laranja  nabantinos. Pois está, concordo eu. Mas à volta de quê? De quem? Para quê? Por quanto mais tempo?
Se bem entendo, os PSD tomarenses estão unidos no imobilismo, na inoperância política e no evidente nevoeiro espesso quanto ao futuro próximo. O que não augura nada de bom. Na minha tosca opinião, mostra apenas que há receio de avançar, sabendo os dirigentes que qualquer decisão fora do comum vai provocar alterosas vagas internas. E o comum é o imobilismo absoluto no que toca ao essencial. 
Por conseguinte, a pergunta é inevitável: Até quando poderá a actual direcção social-democrata de Tomar continuar a fingir que está morta? Quer queira, quer não, mais cedo que tarde vai ser forçada a ressuscitar e a decidir. Uma chatice, mas tem de ser! E quanto mais tarde, pior maré, porque quanto maior a expectativa, maior o perigo de contestação. E se depois, devido ao adiantado da hora, já não houver tempo para reparar os estragos?

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