Conforme dito no texto anterior sobre esta matéria, o tempo passa e os dirigentes do PSD tomarense continuam mudos e quedos quanto à escolha e posterior indicação do cabeça de lista para as próximas autárquicas. Deve tratar-se de alguma norma ensinada na escola política tomarense, uma vez que também Pedro Marques continua aguardando melhor ensejo para anunciar o futuro cabeça de lista dos IpT. Neste caso porém, manda a verdade acrescentar que o citado dirigente já assegurou pessoalmente ao autor destas linhas que haverá novidades até Dezembro. Ainda dispõe portanto de 15 dias para cumprir o prometido.
No que ao PSD Tomar diz respeito, compreende-se o imobilismo dos seus dirigentes. Enquanto em Abrantes as hipóteses de vencer não são muitas, nas margens nabantinas, pelo contrário, o eleitorado está com os olhos postos na formação política que dispõe de todas as condições para ganhar. E só não ganhará se cometer erros monumentais, daqueles sem remissão possível. Como por exemplo partir-se todo, logo após a designação do cabeça de lista.
Salvo melhor e mais fundamentada opinião, creio poder avançar, sem grande risco de erro, que é isso mesmo que se vai passar. Haverá cisões no PSD nabantino, tal como já está a suceder em Abrantes. Essas cisões serão provocadas por dois factores principais já perfeitamente visíveis, mesmo pelos menos versados nesta matéria. Refiro-me à existência de vários candidatos a candidatos (quatro pelo menos), todos com algum apoio interno, bem como ao obsoleto método de escolha do cabeça de lista.
Quatro décadas após as primeiras autárquicas livres, até a lei eleitoral está a precisar, como todos sabemos e quase todos defendemos, de uma profunda reforma, que acabe com o oligopólio partidário, permitindo que cada cidadão se submeta ao eleitorado, mesmo só ou mal acompanhado. E se a lei eleitoral carece de urgente reforma, os próprios partidos e as suas práticas internas não são flores que se cheirem. Bem pelo contrário.
Uma dessas práticas curiosas é o método de escolha do cabeça de lista, regra geral a olho e a dedo. Muito raramente mediante uma votação primária interna, com vencedor combinado antes. Foi o que fez nomeadamente o PS Tomar em 2009, sob a batuta de Luís Ferreira, tendo-se saído bastante mal, conforme demonstrado pelo que veio a acontecer a seguir. E a telenovela que aí nasceu, ainda não findou. Geralmente, quem com ferros mata, como ferros morre.
Julgo que uma boa maneira de melhorar a selecção interna em cada partido, seria exigir aos aspirantes a candidatos que apresentassem previamente à direcção partidária um resumo das suas ideias, em duas ou três folhas A4, no máximo, especificando o que cada um pretende fazer se vencer e como conta proceder se vier a integrar a oposição.
Num segundo tempo, uma semana depois de terem sido distribuídos a todos os militantes os antes referidos esboços programáticos, marcar-se-ia uma nova AG, durante a qual cada candidato disporia de 15 minutos para defender oralmente o seu projecto, podendo a mesa da reunião, ou o público presente, fazer-lhe perguntas para esclarecimento. Seguir-se-ia então a votação interna, em boletim único com todos os candidatos, devendo cada eleitor marcar com uma cruz frente ao nome a sua preferência. Ou anular, ou deixar em branco.
A ideia aqui fica, livre de quaisquer ónus ou encargos. Se vier a ser aproveitada, tanto melhor para todos nós, que bem precisamos que as coisas melhorem quanto antes por estas bandas.
anfrarebelo@gmail.com
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