Senhor presidente:
Conhecemo-nos o suficiente para que eu pudesse usar outra forma de me dirigir ao senhor. É contudo meu entendimento que, nestas coisas da política e não só, é de toda a conveniência respeitar as normas societais. As que indicam nomeadamente que presidente deve ser sempre, em público, antecedido de senhora ou senhor. Dito isto vamos ao que importa.
Também já fui dirigente político, tanto em França como aqui em Tomar. Julgo por isso saber quanto custa decidir, sobretudo quando se trata de escolher entre companheiros e amigos. Essa é todavia a sua principal tarefa e o senhor sabia que assim era ao aceitar o cargo que agora desempenha.
Segundo os jornais locais, procurando facilitar a tarefa e, ao que soa por aí, instado pela direcção nacional do partido, no quadro das suas normais atribuições, o senhor está aguardando os resultados de uma sondagem concelhia, para depois deliberar com os seus companheiros a escolha do cabeça de lista para 2017.
Já por duas ou três vezes tomei a liberdade de alertar o senhor e os seus companheiros para as incertezas das sondagens. Fi-lo não por amor ao PSD, mas sim porque daí podem resultar graves inconvenientes para Tomar e para os tomarenses. Por exemplo, a reeleição da actual câmara PS, ou o que dela resta.
Já por duas ou três vezes tomei a liberdade de alertar o senhor e os seus companheiros para as incertezas das sondagens. Fi-lo não por amor ao PSD, mas sim porque daí podem resultar graves inconvenientes para Tomar e para os tomarenses. Por exemplo, a reeleição da actual câmara PS, ou o que dela resta.
Após o desastre Trump, que venceu contra todas as previsões e sondagens, a primária de ontem em França, na qual foram às urnas, doando 2 euros cada, cerca de 4 milhões de eleitores, veio reforçar tudo o que tenho dito. A eleição primária aberta é o processo menos mau de todos para escolher um candidato.
Aqui chegado, nem o senhor nem os seus companheiros o dirão, porque pareceria mal, porém o problema fulcral que vos assusta cabe numa pequena interrogação -Como fazer? Compreende-se que assim seja. Aqui pelas margens nabantinas nunca ninguém ousou meter-se corajosamente por esse sulco fundador de futuro. Por isso, aqui tem a minha proposta, cujo único objectivo é ajudar Tomar e os tomarenses, neste caso por intermédio do PSD.
Estou pronto a assumir, sob a égide da direcção social-democrata, mas num quadro de larga autonomia, a organização de uma eleição intercalar aberta no concelho de Tomar, tendo por fim designar o cabeça de lista do PSD para 2017. Esta disponibilidade inclui a redacção do respectivo regulamento a aprovar previamente, como é lógico.
Que experiência tenho eu nessa área? Pouca, mas alguma. Assegurei com sucesso toda a organização de dois processos eleitorais na universidade que frequentei e cujos órgãos de gestão integrei, por escolha dos meus colegas estudantes. Um vez que éramos um pouco mais de 30 mil, aqui em Tomar o único problema novo será a relativa dispersão geográfica.
Pense nisso e no futuro da nossa terra, senhor presidente. Estarei por aí no próximo mês.
Cumprimento-o respeitosamente,
António Rebelo
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