quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Em crise e com políticos caducos

UMA LISTA DE ENVERGADURA PARA 2017

É  visível a olho nu que quase todos os nossos eleitos locais se auto-atribuem uma importância que na verdade não têm, porque representam afinal bem poucos eleitores. Olhando para os resultados das últimas autárquicas, as de 2013, e tendo em conta a efectiva participação dos eleitores, a importância percentual corrigida é aproximadamente a seguinte:

PS......14%
PSD...13%
IpT.......8%
CDU....5%
   MPT....3,5%
   BE.......1,5%
   CDS.... 1,5%

Tal é a percentagem real aproximada de cada formação, em relação ao total de eleitores inscritos, numa consulta em que apenas foram votar 53,3%, pouco mais de metade. Comparativamente, houve 2,1% de votos nulos e 2,4% de votos brancos, também em relação ao total de eleitores inscritos. Ou seja, os eleitores que foram às urnas, mas não quiseram ou não conseguiram escolher, num total agregado de 4,5% do corpo eleitoral, foram em 2013 mais numerosos que os eleitores do MPT, do BE ou do CDS.
Uma democracia onde se verificam casos destes, só pode ser uma democracia frágil, com muito pouca saúde. Em que não há candidatos capazes de motivar percentagens razoáveis de eleitores. Carece portanto de fundamento a dita auto-satisfação. Melhor fora que os nossos eleitos se dedicassem a analisar tão preocupante situação, procurando detectar os problemas que nos mantêm nesta apagada e vil tristeza, em vez de se pavonearem por aí, alardeando uma importância que bem vistas as coisas não têm. São apenas egos sobredimensionados, vulgo excessos de auto-estima. Gostam de armar ao pingarelho.


Mesmo com uma abstenção próxima da metade dos eleitores inscritos, em 2013 as duas principais formações, PS e PSD, não conseguiram melhor que um quase empate. O PSD ficou a menos de 300 votos do PS. E a terceira força, os IpT, pouco ultrapassou metade dos votos de cada uma das anteriores. O que mostra bem a pobreza a que se chegou nesta área. Nenhuma força consegue aproximar-se sequer de metade da maioria absoluta dos votantes, quanto mais agora dos inscritos.
Bastante mais grave ainda, porque bem demonstrativo da antes aludida pobreza, nestas mesmas eleições ocorreu um fenómeno muito significativo, que os eleitos e as formações políticas tradicionais, tal como a informação local que temos, tudo têm feito para escamotear. Porque veio mostrar na prática que o sistema existente está mesmo caduco. Refiro-me ao resultado inesperado e de certa forma extraordinário alcançado pelo candidato do  MPT.
Um pequeno partido, até então pouco conhecido, conduzido por um jovem de apenas 18 anos e de uma freguesia rural, mesmo com poucos recursos, usando sobretudo as novas tecnologias, conseguiu encontrar uma linguagem fresca e definir objectivos novos, que atraíram muitos eleitores, até aí desencantados. Teve mais votos que o CDS e o BE em todas as freguesias, ultrapassou a CDU na Asseiceira, nas Olalhas e na Serra/Junceira. Até conseguiu melhor que os IpT na Asseiceira, colocando-se em terceiro lugar, logo após o PS e o PSD. Com mais 500 votos, Flávio Nunes seria agora vereador, em vez de Bruno Graça. Foi uma forte lufada de ar fresco, num concelho cujos eleitos, na sua maior parte, cheiram cada vez mais a mofo.
Tudo isto de forma inesperada e sem pesos pesados do microcosmo político  local. Agora imaginem, ilustres senhores eleitos ultrapassados, que nas próximas autárquicas, em 2017, aparecia uma lista de envergadura, do MPT ou de qualquer outra pequena sigla partidária, com recursos monetários e agrupando nomes como (por ordem alfabética do 1º nome) Américo Costa, António Lourenço Santos, António Rebelo, Aurélia Madeira, Carlos Cabral, Carlos Cajada, Carlos Carvalheiro, Flávio Nunes (o tal jovem que conseguiu maravilhas em 2013),  Graça Costa, Joana Jacob, Jorge Neves, Laura Rocha, Mário Cobra, Mário Pedro... Com um programa redigido por um grupo tendo à frente António Rebelo e Carlos Carvalheiro, uma campanha eleitoral liderada por Carlos Carvalheiro ou Mário Cobra, elegendo como uma das condições fundamentais para o renascer tomarense, acabar com o sistema reinante na autarquia, o conhecido império dos sentados, era uma chatice e das grandes, sobretudo para os partidos tradicionais,  não era?
Então vão pensando naquilo que, por agora, é apenas uma hipótese remota, e ajam em conformidade. Mas não se atrasem. Olhem que na mesma viagem cada composição só passa uma vez em cada estação!

ADENDA

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