domingo, 3 de dezembro de 2023

Previsão política

SINAIS PROMISSORES, MAS...

Já foi escrito algures que a previsão é muito falível, sobretudo tratando-se de prever o futuro. É nesse caso que escrevo, com uma pequena vantagem -não há concorrência a nível local, e a solidão facilita o pensamento sereno. 
Partindo do princípio que PNS, um radical, vence as próximas internas PS, Cristóvão vai ter pela frente desafios titânicos. Bem mais complicados que o esperado. É certo que, algo inesperadamente, já deu alguns sinais de moderação e bom senso, mais próprios da outra ala socialista. 
Rejeitou voltar a financiar a Elite Cup, recusou baixar o IMI e moderou bastante as despesas de Natal e Ano Novo. Sinais de que as finanças autárquicas afinal não estão com tanta saúde como apregoava a antecessora, com as despesas de pessoal em 60% do orçamento. Uma enormidade, que coloca Tomar entre as primeiras dez câmaras, das 308 do país.
Para já, ainda sem a pressão dos da gamela, que são muitos e muito gulosos, o PS local está em vantagem, numa maratona eleitoral que acontece pela primeira vez desde Abril de 74. Três consultas em dois anos. Quatro, se incluirmos as intercalares dos Açores. São para já o único partido com um candidato tomarense garantido em lugar elegível na lista distrital. Será suficiente? Os outros partidos vão ficar a contemplar a poluição no rio?
Verdade seja dita, tudo parece indicar que os outros são poucos. Apenas o PSD e o Chega, por ordem de importância. Os restantes vão limitar-se a acompanhar os sucessivos cortejos eleitorais. O BE e a CDU, porque perderam credibilidade com  posições divergentes perante os conflitos na Ucrânia e na Palestina, assim como com algumas votações locais, nomeadamente relacionadas com a Tejo Ambiente e a nomeação do Provedor. Partidos de protesto, que não protestam nos momentos críticos, não servem para grande coisa, aos olhos dos eleitores. IL, LIVRE, PAN e por ai fora, praticamente nunca contaram a nível local, e agora é demasiado tarde para se imporem.
Vamos ter assim em Março, muito provavelmente, uma vitória tangencial do PS ou do PSD a nível concelhio, seguidos de perto pelo Chega, muito dependendo ainda de haver ou não mais candidatos tomarenses em lugares elegíveis nas listas,  e das respectivas campanhas eleitorais, mais ou menos apoiadas por figuras gradas locais, conseguirem ou não reduzir a abstenção, que foi de 42,63% em 2022, mais elevada que em Abrantes ou Torres Novas.
Três meses depois, nas europeias de Junho, apesar da habitual fraca participação, os resultados no concelho não deverão variar muito em relação às legislativas, oscilando também em função dos candidatos, tomarenses ou não. Entretanto, as negociações para formar governo, que se antevêem  longas e complexas, terão entretido o país político.
Instalados os novos eleitos em Lisboa e em Estrasburgo, as autárquicas 2025 ainda virão lá muito longe? Sem dúvida. Mas a perspectiva nabantina de um executivo 3-2-2, sem que se saiba a priori se PS-PSD-CHEGA, PSD-CHEGA-PS ou CHEGA-PS-PSD, muito dependendo dos candidatos, dos programas e das campanhas eleitorais, vai começar a tirar o sono a bastante gente meses antes. Ainda faltam quase dois anos e os comentadores locais já andam a poupar-se, que o choque da deserção da senhora foi rude, e destapou a pobreza da lista. Cá estarei para comentar, se ainda estiver para ver e perceber.


1 comentário:

  1. Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar do PS, quebrou o tabú e apoia JLC. O PS de Tomar é só casca, não tem conteúdo. Vai levar uma 'valente ripada' em Março a nível nacional. A esquerda, a extrema direita, o regresso do fascismo, etc... Nós precisávamos de um político que falasse ao povo, que é na sua grande maioria ignorante, que se as reformas subirem para o valor do ordenado mínimo o custo de vida também sobe. Quanto mais subirem os ordenados mais sobem as coisas. O segredo está na eficiência, fazer mais ou o mesmo com menos...

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