domingo, 10 de dezembro de 2023





Os que fazem e os que só comemoram

Convento de Cristo é património mundial há 40 anos | Tomar na Rede

Faz agora quarenta anos que, a pedido do então presidente da Câmara, Amândio Murta, da AD (PSD-CDS-PPM), o autor destas linhas elaborou, durante menos de uma semana, o processo de candidatura do Castelo dos Templários e Convento de Cristo a Património da Humanidade. Colaboraram de forma incansável o Carlos Alves, um condiscípulo e amigo já falecido, e o António Maria, ambos empregados da Gráfica de Tomar.
A candidatura veio a ser aprovada pela UNESCO, uma semana mais tarde, na reunião do ICOMOS em Friburgo (Suiça), na presença do presidente Amândio Murta. Quatro décadas mais tarde, às voltas com a candidatura dos Tabuleiros a Património imaterial da UNESCO, processo que já se arrasta há quatro anos, a Câmara socialista preferiu organizar mais uma homenagem ao tomarense Nini Ferreira, que realmente nunca se interessou muito pelo Convento Cristo. Era mais virado para o rio, porque pescador desportivo.
De acordo com a informação local (ver link supra), nestas quatro décadas o Convento de Cristo foi beneficiado com várias e custosas obras de restauro, mas continua a padecer de falta de ligação à cidade.  E de estacionamento, acrescente-se. A título de exemplo, o Tomar na rede refere que o Convento teve no ano passado 280 mil visitantes, dos quais apenas 37 mil visitaram a Sinagoga, cuja entrada é gratuita, ao contrário do Convento, onde se pagam agora 10 euros para entrar.
Atento a essa situação, o autor disponibilizou-se em tempo oportuno junto da maioria socialista, para elaborar um "Plano local de turismo", o qual inclui naturalmente propostas para o estacionamento  e para a ligação Cidade-Convento-Cidade. Felizmente, a proposta foi recusada liminarmente, o que se agradece, pois sempre repugnou trabalhar com gente que tem tanto de democrata, como o escriba de afinador de pianos.
Façam o favor de continuar a homenagear o Nini, que dá muito menos trabalho do que resolver a questão da poluição do rio. Ou estarão convencidos que homenageando-o sucessivamente,  o antigo presidente do Clube dos Amadores de Pesca de Tomar, vai acabar com a poluição do Nabão, a partir de lá onde está? Para já, a parte mais perigosa desapareceu. Foi-se a poluição química, que matava os peixes, com o encerramento de todas as fábricas causadoras. Mas as descargas continuam, só que agora de dejectos humanos e suinículas. Os tomarenses, não temos mesmo sorte nenhuma.




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