quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Foto copiada do Tomar na rede, com os agradecimentos de TAD3.

Política local

Eleições internas  no Partido Socialista

A fotografia acima irrita muito boa gente nabantina, porque não engana. Quando da vinda a Tomar para o 10 de Junho, o fundador do PS, Mário Soares, teve a bondade de se desviar do seu banho de multidão para vir me saudar, recordando a nossa convivência em Paris, na Universidade de Paris VIII, onde leccionou "Instituições políticas portuguesas, 1832 -1910", durante parte do seu exílio.
Apesar desse relacionamento, nunca procurei ascender no partido lambendo as botas dos seus dirigentes. O que levou a que alguém tenha falsificado a minha assinatura e solicitado a minha desfiliação do PS. Soube do acto torpe, quando recebi uma carta do "Partido Socialista - Sede nacional - Rua da Emenda", (que ainda guardo), comunicando que "a seu pedido, António Francisco Rebelo foi abatido no ficheiro partidário nacional". Estávamos na década de oitenta do século passado e desde então só voltei a entrar na sede socialista local uma vez, em 2009, convidado por Hugo Cristóvão, em nome de Luís Ferreira.
Não tencionava portanto escrever sobre as eleições internas no partido do qual fui militante durante alguns anos. Acontece, porém, que tiveram a ideia peregrina de perguntar qual a minha opinião sobre o acto  eleitoral, e as eventuais consequências para a cidade e o país, pelo que aí vai, tão resumido quanto possível. Com antecipado pedido de desculpa caso ofenda alguém sem querer. Há tomarenses muito sensíveis em proveito próprio.
Tal como em qualquer outra eleição, cada um deve votar em função daquilo que pretende, e não por paixão ou arrebatamento passageiro. Menos ainda por uma cerveja, ou para satisfazer um pedido. O voto deve ser sempre ponderado e pessoal. 
Nestas eleições socialistas, a escolha é muito clara. Quem pretende um PS mais à esquerda, alegado defensor dos pobres, dos ofendidos e outros pretensos excluídos, governando sobretudo para funcionários públicos e pensionistas, aliando-se à extrema esquerda marxista, se necessário, deve votar Pedro Nuno Santos. É o que vão fazer maioritariamente, creio eu,  os militantes de Tomar, liderados por Hugo Cristóvão e Hugo Costa.
Quem, pelo contrário, prefira um PS mais moderado, estilo Mário Soares, que nunca confundiu adversários com inimigos, ou procurou silenciar quem não concordava, votará José Luís Carneiro, apoiado localmente pelo moderado António Alexandre.
Tanto uns como outros, deverão prestar atenção a uma situação inevitável no actual contexto: Votar PNS propicia futuros entendimentos com a extrema esquerda (BE-PCP), mas potencia também o crescimento do CHEGA, inimigo de estimação dos camaradas. Já votar JLC leva o PS mais para a direita, podendo vir a enfraquecer o PSD, sem contudo  evitar a subida mais ou menos acentuada do CHEGA.
Então e o PSD no meio disso tudo? perguntarão os laranjas locais mais impacientes. O PSD, caros conterrâneos, nesta como noutras questões, está infelizmente a assar em lume brando, devido a erros cometidos e nunca assumidos. Tem o usual problema dos candidatos nabantinos, que dificilmente passam nas malhas de Santarém, e  oxalá depois não venha a confrontar-se com uma situação de maioria de direita incluindo o CHEGA, em que, para não desagradar aos socialistas, nem dar o dito por não dito, terá de renunciar a formar governo, aí começando o enterro de Montenegro. Quem vos previne, vosso amigo é! Se puderem, aconselhem o voto no PNS e vão a Fátima. A comida no Tia Alice  vale a pena, Cara, mas muito boa. Mas olhem que é em Fátima mesmo, e não da Cova da Iria. Há muita tendência para confundir, o que seria uma penas, aí tão perto.




2 comentários:

  1. Esta crónica é um bocadinho indigesta, não é? Peço desculpa. Não é intencional. Limito-me a confeccionar cada prato com os ingredientes disponíveis no mercado local. Se as hortaliças deixam a desejar, ou as carnes são quase intragáveis, que hei-de eu fazer? Escrevo crónicas, não faço a actualidade.

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  2. E o Zé Gaio nunca mais faz um inquérito, como por exemplo fez para as esplanadas nos estacionamentos, a perguntar ás pessoas se estão satisfeitas e qual o partido que apoiam. Eu nem sei se há alguma objecção legal a isso visto a lei eleitoral ser um pouco complicada, mas seria um projecto diferenciado, eu pelo menos não conheço quem o faça, e que a meu ver até podia ser um candidato aos fundos europeus. Seria elaborar uma espécie de pordata para o concelho (em tempo real). Fica a dica....

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