sábado, 16 de dezembro de 2023

Política local

Presidente Cristóvão defende 

o seu Orçamento para 2024


Numa prosa límpida, de frases longas mas sem  lapsos, a cheirar a IA, o presidente Cristóvão defende, n'O TEMPLÁRIO  desta semana, o seu projecto de orçamento para 2024. É uma atitude muito positiva e que se saúda, esta dos eleitos defenderem publicamente as suas opções. Mal andou o semanário, classificando como "opinião" a análise do autarca.
Enquanto tal, no exercício das suas funções, um presidente de câmara não tem opiniões. Faz análises, dita posições ou determina. Não é bem a mesma coisa. Da próxima vez, o Templário andará melhor se classificar como "Tribuna" ou "análise" documentos subscritos pelo presidente da Câmara. A menos que o próprio especifique tratar-se apenas da sua opinião enquanto cidadão.
Retornando ao início, o documento apresentado por Cristóvão parece-me fraco. Muito fraquito mesmo. Sem fôlego.  As grandes obras previstas, são as de Carvalhos de Figueiredo e da Circular urbana, bem como os 90 fogos de habitação a preços controlados. Há também uma alusão à requalificação dos funcionários municipais e às obras da EB 2-3 Gualdim Pais.
Estruturas de acolhimento, salubridade urbana, despoluição do rio, ligação cidade-castelo, parques empresariais, nada de nada. Coitados dos turistas, que vão continuar a penar. Coitados dos empresários que teimem instalar-se em Tomar. Uns e outros têm de ser muito pacientes. 
Nestes tempos de urgência climática e de acentuada degradação do Mouchão,  do Aqueduto dos Pegões e da Mata, apenas uma magra referência à "substituição da água da rede por outras fontes para rega de espaços verdes." Inclui a reposição  da água no Aqueduto dos Pegões, para regar o pomar do Castelo e a Mata? O restabelecimento do primitivo sistema de rega do Mouchão, com a água da roda? É pouco provável e é pena.
Apesar das inúmeras lacunas, e do temor manifestado em relação aos presidentes de junta da oposição quanto ao sentido de voto, o texto de Cristóvão não permite dúvidas nem posições ambíguas: "Estamos certos que, com rigor, com prioridades certas, este é um Orçamento que continua a levar Tomar por um caminho certo". (o negrito é de TAD3)
Se fora vereador ou deputado municipal, quem escreve estas linhas votaria contra, devido sobretudo a uma pequena mas essencial divergência de pontos de vista. Cristóvão escreve que "continua a levar Tomar por um caminho certo." O autor desta crónica pensa que, pelo contrário, Tomar está ser levada para um certo caminho. O da decadência, sem remédio a curto prazo. Valha-nos eventualmente 2025! A oposição nos acuda!

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