domingo, 3 de dezembro de 2023


Imagens sem relação directa com as escolas mencionadas.

Vida local

Fast food or slow food? To eat or not to eat?

O MIRANTE | Pais contestam novas regras durante refeições em escolas de Tomar

Vem mesmo a calhar. Numa altura em alguns se queixam de que este blogue só trata de política, esquecendo que é para isso mesmo que existe e perdura, um órgão informativo de fora da terra noticia uma questão importantíssima, e aparentemente não política, em Tomar. (Ver link)
Se bem se percebe, que a alma portuguesa é insondável, e da nabantina é melhor nem falar, o assistencialismo financiado por Bruxelas dá nisto. Alunos que não precisam, têm contudo os mesmos direitos que os outros, tendo por isso de se sujeitar às regras da casa. Da escola, neste caso. Que regras são essas? Resumidamente, nada de comida de plástico (fast food) ou de bebidas tipo detergente (colas por exemplo). Se levam de casa, ou compram pelo caminho, não podem aquecer no micro-ondas da escola.
Vai daí, há papás e mamãs que não concordam porque "nos meus filhos mando eu e eles estão habituados a comer e beber aquilo que gostam". Há portanto confronto, por enquanto cordato, entre dois modos de estrar em sociedade. Entre as normas da escola (só slow food e água ou sumos não açucarados), e as normas de algumas famílias, a Câmara decidiu bem e de forma moderada. Quem quer comer comida de plástico e beber líquidos de engorda, tem de o fazer fora do recinto escolar. Nada de comidas ou bebidas tipo "enfarta brutos". Directivas europeias. Quem paga, dita as condições.
Era contar sem a tradicional fractura societal tomarense, que tem sido um mar de equívocos. O Agrupamento liderado pelo ex-Liceu, frequentado sobretudo por descendência de gente que se considera  "bem", e liderado por uma docente alaranjada, concorda em absoluto com as normas em vigor, o que parece ser de elementar bom senso.
Já o outro agrupamento, encabeçado pela Escola Jácome Ratton e dirigido por docente do PCP, pessoa cordata e muito educada,  considera que há necessidade de ouvir os alunos, antes de se tomar uma decisão final a respeito.
Que pena o autor destas linhas não poder estar presente, num debate que promete ser apaixonante: A favor ou contra a comida de plástico e as  bebidas edulcoradas?  Deve-se ou não comer cachorros quentes? Se afirmativo, qual a parte do cachorro que é mais saborosa? Pode até reaparecer  aquela velha anedota do cliente que, ao terceiro cachorro quente, não se conteve e perguntou ao empregado: -É a terceira vez seguida que me acontece. Não têm outra parte do animal?
Os habitantes da minha amada terra continuam a me surpreender, ao fim de tantos anos. Com o rio a transportar esterco e as ruas transformadas em relvados daninhos, entretêm-se a discutir, já não o sexo dos anjos, como os senhores padres em tempos de concílio, mas as eventuais vantagens da street food e da coca-cola, tão do agrado da Filipinha. Gente prá esquerda, a debater americanices? Não há pachorra! O que não tem nada a ver com política, of course! Por vezes os amigos, julgando estar a ajudar...


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