terça-feira, 12 de dezembro de 2023

 

Imagem Tomar na rede, com os agradecimento de TAD3

Feira de Santa Iria e animação cultural

É um investimento, lá isso é...

TOMAR – Feira de Santa Iria. PSD aponta para «prejuízo» de 132 mil euros… mas vereadora Filipa Fernandes diz que está em causa «investimento» | Rádio Hertz (radiohertz.pt)

Quem está longe de casa durante meses, sujeita-se a estas situações. Só sabe das coisas, quando sabe, graças à informação local, a quem se agradece o esforço meritório. Segundo o Tomar na rede e a Rádio Hertz (ver link supra), houve debate no executivo camarário, a propósito das contas da Feira de Santa Iria 2023, mas parece que ninguém mencionou a manifesta incongruência da coisa.
Que outro adjectivo usar para qualificar uma situação insólita, em que se debatem as contas de uma feira realizada em Outubro, quando ainda se aguardam as contas da outra função, celebrada em Julho? Começa-se pelo fim, para contrariar o Lapalisse?
Bem sei que, após ter cedido por 706 mil euros umas ruínas multi-seculares na área urbana, anos antes avaliadas pela própria autarquia em três milhões de euros, praticamente tudo passou a ser normal em Tomar. Mesmo uma redução de 75% na venda de um bem público, ou construir vários alojamento e uma piscina em leito de cheia, à ilharga do rio. O desenvolvimento turístico tem as costas largas.
Segue-se que desta feita, ao contrário de mandatos anteriores, de má memória para os eleitores, os vereadores social-democratas contestaram fortemente o documento, tanto no fundo como na forma, tendo Tiago Carrão criticado o prejuízo de 132 mil euros, ainda assim inferior ao do ano passado, que foi de 165 mil euros.
Respondeu-lhe a vice-presidente socialista, Filipa Fernandes, alegando que se trata de um investimento, ao contrário do sustentado pelo vereador laranja. Pela primeira vez,  a título excepcional, dou razão à eleita PS. Trata-se realmente, na óptica dela e do PS, de um investimento, em que o eventual retorno não será em dinheiro, mas em votos.
Explicando melhor, há investimento quando se aplica determinado capital para um determinado fim, do qual resultará o retorno do capital mais o lucro, o tal valor acrescentado. Só que, neste caso da Feira de Santa Iria, como nas manifestações culturais anteriores, a maioria socialista investe sem ter em vista o retorno em euros, mas em votos. Por conseguinte, só em Outubro de 2025, após mais animação e mais uma feira e mais centenas de milhares de euros de investimento socialista, saberemos se houve ou não lucro. Se o PS vencer de novo, valeu a pena. Para os vencedores, o total de votos compensa largamente o dinheiro gasto, que não era deles.. Caso percam, terão de ir investir para outro lado, já sem contar com a carteira dos contribuintes, e alguns nem sabem para onde ir, pois não tînham ocupação profissional remunerada quando assumiram a vereação a tempo inteiro.
Como diria um amigo do norte, "fidalguia sem comedoria, é gaita que não assobia." E os eleitos municipais tomarenses consideram-se e comportam-se como uns fidalgos, sem brasão por enquanto. Nós, os pagantes, é que somos do povo, eventualmente com aquele brasão em loiça das Caldas, de capacidade variável.


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