Turismo - Visitas guiadas
Mais um ajuste directo
para armar ao pingarelho
e intrujar os cidadãos
É um convite solene do Município de Tomar, que naturalmente não foi enviado a Tomar a dianteira 3. Nem pensar nisso é bom. Houve, porém, uma alma caridosa que assegurou o serviço, a quem aqui se agradece. Eis o título solene do documento: "Museu 100 distâncias - Visitas acessíveis aos equipamentos museológicos do Município de Tomar."
Não percebeu grande coisa? Não se lastime. Do mesmo mal me queixo eu, que não me considero dos mais asnos do concelho. Mas pode ser só uma primeira má impressão, assim uma coisa prematura. Continuemos portanto a transcrição, na esperança de encontrar finalmente candeia que nos alumie, rumo à boa interpretação textual. "Com o objectivo de contribuir para a promoção turística e cultural do concelho e de afirmar Tomar enquanto destino acessível, através da operacionalização de novas formas de visitação a alguns equipamentos... ...o Município irá iniciar um serviço de visitas inclusivas através de novas ferramentas e soluções digitais."
Percebeu agora o relambório técnico? Nem eu, mas sempre fiquei com uma ideia. Palpita-me que se trata do resultado de um certo ajuste directo com rapaziada fixe, que estará ligado a um "museu interactivo" dos templários, instalado algures nos lagares da Levada. Coisa para 300 mil euros, se não erro, que em linguagem clara pode ser chamado de sistema de visitas turísticas com audioguia, para visitantes com necessidades especiais. "Cadeirantes", em brasilês.
Uma vez que não poderei estar presente para assistir à maravilha anunciada, não seria elegante dela desdenhar antecipadamente. Aguardemos portanto o que dela dirá a informação local, se disser alguma coisa. É no dia 13 de Março, às 14H30, no Complexo da Levada, com entrada pela "porta mais próxima da ponte velha". Tal e qual.
Entretanto, fica desde já registada a opinião de Tomar a dianteira 3. Estes acessórios digitais para turistas, podem ser muito úteis, dependendo do nível cultural geral de quem os faz, e de quem os vá utilizar. Nunca substituirão contudo os guias humanos, nem as indispensáveis estruturas de acolhimento. De que serve um audioguia, mesmo excelente, numa terra sem estacionamento suficiente, sem sanitários para todos, sem sinalização capaz, por vezes sem água da rede nem limpeza urbana aceitável, sem transporte rápido e não poluente entre a cidade e o Convento? É só para enganar os basbaques do costume?
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