Política local
A brincar ao turismo
Em 2016, a maioria PS local decidiu encerrar o parque de campismo, alegando que não fazia parte do planeamento urbanístico da zona. Entretanto, nas suas múltiplas intervenções em estilo triunfalista, a presidência da Câmara foi afirmando que não queriam "turismo de massa", mas sim "turismo de luxo". Os termos usados foram outros, mas a ideia era esta.
Num concelho amorfo, cuja população praticamente nunca discorda seja do que for, houve ainda assim alguns resmungos, o que levou os socialistas locais, leia-se o vereador do pelouro, a decidir que afinal, contas bem feitas, não podia haver ali um parque de campismo, mas um "encosto" de caravanismo. O que foi feito. Desde então, na antigas instalações do campismo, que oficialmente não podem estar alí, há um sector para estacionamento de caravanistas. Turistas que não sendo de luxo, também não são dos de saco às costas. Estava salva a honra do convento. Deixou de haver resmungos a nível local e a Câmara deixou de ter chatices com os funcionários do parque, que foram adstritos a outras secções. Há é certo uma situação incongruente, com caravanistas a queixarem-se, uns por não haver água quente, outros por haver guarda durante o dia, mas não durante a noite, quando seria bem mais útil.
Estávamos assim, com o povo calado como habitualmente, quando foi noticiado que, neste fim de semana e durante dois dias, vão estar em Tomar quase 600 escuteiros dos 8 aos 12 anos. Onde vão acampar? Ora ora! Está-se mesmo a ver que no ex-parque de campismo. Porque entretanto a Câmara cedeu uma parte do parque a um agrupamento de escuteiros de Tomar. Ou seja, parque de campismo não. Mas se forem caravanistas ou escuteiros acampados, tudo bem. Curioso planeamento urbanístico...
Acrescentando à embrulhada administrativa, no domingo as centenas de criancinhas tiveram direito a missa campal no Mouchão, instaladas em cima da relva. Como nos concertos pop da Filipinha. Conclusão: Nada de campistas de saco às costas, a não ser que sejam escuteiros. Apesar de haver outros locais, está-se mesmo a ver que, no planeamento urbanístico da cidade, o Mouchão é um jardim municipal, local de concertos e de missas campais.
Na Cerca? Nem pensar, para não verem que tudo aquilo ou já secou, como o buxo, outros arbustos e árvores de grande porte, ou acabará por secar, vítima do desmazelo de quem governa, que fala muito mas faz pouco e mal. Mas 2025 é já ali adiante...
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