A velha "roda da Marchanta", como era chamada na época, que ficava do lado de S. João, ali onde o Nabão curva para a direita.
Imagem copiada do Facebook do meu amigo João Henriques Simões.
Paisagismo e defesa do património
Era um acto de grande coragem, lá isso era!
A perspectivas não são nada boas para a anunciada obra do Flecheiro, uma coisita pequena. Só três milhões de euros, mais as inevitáveis alcavalas do costume. Ainda por lá estão quatro famílias ciganas, duas das quais sem solução de realojamento para já, e surgiram protestos dos raros defensores locais do património. Coisa rara.
Alegam que não foram ouvidos, o que pode vir a pôr em causa o financiamento europeu, uma vez que uma das regras de Bruxelas é a consulta pública prévia. Basta portanto aparecer uma queixa fundamentada para o Berlaymont e lá se vão os euros da UE. Acrescentam que há património a preservar. Parte de um velho calheiro de alvenaria, com pilares.
Acontece que o projecto já aprovado, transforma quase todo aquele vasto terreiro num relvado, a acrescentar ao que já por ali há. Quem diz relvado diz rega, e ninguém está a ver os modernos pivots a funcionar com água da rede, estando o Nabão mesmo ali ao lado. Poder-se-à instalar um motor eléctrico, mas os preços da energia estão pelas ruas da amargura, e o espaço é vasto...
O tal acto de grande coragem de que se fala no título, seria parar para pensar antes de começar a obra, e introduzir uma alteração ao projecto: Um açude de madeira desmontável e uma roda semelhante à do Mouchão, no sítio onde já estiveram, para regar toda aquela zona relvada por gravidade, praticamente sem custos, para além do investimento inicial. Haverá coragem para tanto? Era um final de mandato para recordar por boas razões.
Confesso que redigi este texto por ter lido que a nossa presidente considera não haver ninguém mais forte do que ela. E uma presidente assim tão forte há-de ter também coragem para acolher uma ideia igualmente forte: A de que vale a pena ouvir a população, e preservar o património, sobretudo quando se trata de poupar água e energia. Fico no aguardo, como se diz no Brasil, onde estou a escrever. E se não souberem onde era o açude e a roda, eu vou mostrar, Por alí comi muita ameixa vermelha, directamente das árvores, que a época não era de fartura...
Duvido !
ResponderEliminarQuem não consegue manter e reabilitar o Mouchão e a Mata Nacional dos Sete Motes ,terá visão para tanto !?
Professor não fique um otimista irritante como o costa !
É bem sabido que não sou nada optimista. Acusam-me até do oposto. Ainda assim, volta e meia lá se me escapa um pequeno sonho. Deve ser do clima de Fortaleza: 25º-30º durante todo o ano. À beira-mar. No interior sertanejo é bem mais quente.
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