Imagem Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.
Informação local
Agora o contexto é outro...
Alguém da informação local publicou no seu Facebook esta citação do americano Robert Frost: "Uma parte do mundo é composta por pessoas que têm algo a dizer, mas simplesmente não podem, e outra parte que não tem nada para dizer, mas não se cala." Tribuna do alentejo.
Feitas as leituras anexas, necessárias para melhor entender o texto, conclui-se ser obra da primeira metade do século passado, e referir-se implicitamente à divisão do planeta em regimes ditatoriais ("...pessoas que têm algo a dizer, mas simplesmente não podem...") e governos do tipo ocidental, onde agitadores profissionais procuram difundir doutrinas totalitárias (...que não tem nada para dizer, mas não se cala.")
Transposto para a realidade tomarense de 2023, sem as necessárias cautelas, é um texto enganador. Pode levar a supor que vivemos em regime ditatorial, onde não se pode falar ou escrever livremente, o que obviamente não é o caso. Há, é certo, situações condenáveis de autocensura, provocadas por políticas erradas da autarquia, que exige obediência para subsidiar. Não se citam casos, por serem bem conhecidos. Todavia, a outra parte, que não tem nada a dizer, mas não se cala, é simplesmente algo que não existe nessa acepção.
Quem não se cala, é porque chora ruidosamente, grita, fala ou escreve. Em qualquer dos casos diz alguma coisa, para quem queira e saiba interpretar. Pode é não ser conveniente perceber-se o que diz. Ou simplesmente faltar arcaboiço cultural para tanto. Citar é também uma arte, que exige cautela, muita cautela. Em democracia plena, não há heróis nem mártires, mesmo se condecorados pelo poder local. Cada qual deve limitar-se a cumprir o melhor que puder e souber os seus deveres de cidadania.
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