Cultura popular
Trocadilhos e outros pecadilhos
Agência de publicidade repesca trocadilho brejeiro sobre Tomar | Tomar na Rede
É do adagiário regional: "Quem vai para Abrantes, deixa Tomar atrás". Uma vez que o doce regional de Abrantes é a palha homónima, pode dizer-se também, por analogia, que "Quem come palha de Abrantes deixou Tomar atrás", o que não altera grande coisa, posto que se pode deixar Tomar atrás, ficando, ou indo para muitos lados. Para Lisboa, por exemplo, onde vivem milhares de nabantinos, que em vez de deixarem Tomar atrás, fazem o possível para Tomar no sítio mais adequado. Tal como certas senhoras tomarenses, que o pudor impede de citar, as quais na política local tudo têm feito para, no final do mandato, deixar Tomar na frente. E até há quem aproveite, quando possível, para Tomar a dianteira de cada uma delas. Mas garante-se que Tomar a dianteira 3 não tem nada a ver com as três eleitas do executivo. É apenas a sucessão de Tomar a dianteira 2.
A ideia de usar o verbo tomar no lugar do topónimo Tomar, e vice-versa, é bem achada, sem dúvida alguma, porém sem grande requinte, algo popularucha, no ar do tempo, que tudo corrompe. Pode até recomendar-se ao autor da coisa, que no próximo ensejo, em vez de pensar só no canal anal, trate também de Tomar o lado oposto. Depois, se ainda houver para tanto, suba um bocadinho até à cachimónia. Tomar juízo, deve ser algo que por vezes faz alguma falta. Tal como saber manter o sangue frio para Tomar a decisão que se impõe em cada caso.
Pense-se, por exemplo, na complexa posição do pároco da colegiada de Nossa Senhora da Nazaré, que mesmo durante a celebração da santa missa, e cheio de boas intenções, está sempre com ele no Sítio. Exactamente aquilo que vem fazendo cada vez mais falta em Tomar: gente com eles no Sítio, capaz de Tomar conta disto e de Tomar a dianteira, em vez do traseiro. Mas a Nazaré fica a 60 quilómetros.
Mais perto, temos só aquela malta vinda de alhures, de compras pela Venda da Gaita, à procura do Coito no Cu da mula, agora com passeios vermelhos para facilitar o achamento. Ali, próximo das Cabeças, a nossa capital nacional dos chifres, como o seu nome indica, uma vez que todos os chifres nascem nas Cabeças. Muitos só em pensamento. Sem ofensa para os nabantinocabecenses.
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