terça-feira, 21 de março de 2023





Imagem MJN, de 19 /03/2023, com os nossos agradecimentos

Aqueduto dos Pegões, Castelo e Mata

Um desastre ecológico na indiferença geral

As duas primeiras imagens acima mostram partes da Cerca conventual -agora Mata dos sete montes- como ela já foi. Com muitas oliveiras, nos anos 50 do século passado, ainda produzia azeitona parta cinco mil litros de azeite. Entretanto mudaram-se os tempos, mudou o regime político e mudaram as vontades. Os funcionários dos serviços florestais foram cortando as oliveiras, oficialmente para se aquecerem no inverno, particularmente para venderem a lenha e meterem o dinheiro ao bolso. Praticamente, já não há mais oliveiras na mata nacional. Quem tenha dúvidas, é só passar por lá e comparar com as fotografias. Nunca tinham dado por isso, pois não?
Entretanto, mais acima,  a água correu no aqueduto dos Pegões entre 1613 e 1990, das nascentes até à Torre de Dª Catarina, no ângulo sudeste da muralha.. Nos anos 80, o Convento deixou de depender da Direcção-Geral da Fazenda Pública, tendo passado para a DGPC -Direcção-Geral do Património Cultural. Poucos anos depois, este novo organismo governamental chegou a acordo com o Seminário das missões e passou a ocupar a totalidade do Convento.
Os Pegões, que até então estavam ao cuidado do seminário, que precisava da água para regar a horta e os pomares, passaram a estar ao abandono. E a água nunca mais passou dos Brasões para cá. Assim foi gravemente atingido um eco-sistema incluindo os pomares e jardins do convento, os tanques, a ribeira e as encostas da Mata, que sem água vão morrendo pouco a pouco. (Ver imagem supra).
Na indiferença geral, pois mesmo na informação local só Tomar a dianteira 3 abordou a questão nos últimos dois anos, mas todos estão agora confrontados com o desastre ecológico causado pelo evidente desmazelo e pela falta da água dos Pegões. O buxo dos canteiros da Mata está seco e sem remédio, uma vergonha para a prevista exposição dos tabuleiros, dentro de três meses.
Vai daí, surgiram posições de todo inesperadas, na fantochada política local. A Câmara, que nunca se preocupou com o assunto, agora vai fazendo pressão, não para uma solução definitiva, mas apenas para que tudo esteja verdinho para receber os tabuleiros. Depois que se lixe, que não é nada com eles.
Os técnicos do organismo que devia gerir capazmente a mata, seguiram a doutrina socialista. Não têm culpa, porque o desastre não resultou do desmazelo e da falta de rega. Os culpados são os bichos. No caso umas bactérias, fungos, ou outros micro-organismos. E vá de recolher amostras, para encomendar análises, que naturalmente vão confirmar isso mesmo. Só não se dão conta que podem muito bem estar a ver as coisas ao contrário. A falta de água no solo mais profundo e a falta de rega regular, provocaram a morte dos arbustos, entre os quais o buxo, e só depois, na fase normal de decomposição, é que apareceram as tais bactérias e os tais fungos. Não queiram fazer de nós parvos. Ignorantes sim, mas não tanto.
Olhando com alguma atenção para a imagem mais recente, vê-se que com as  chuvas de inverno, já  apareceu nova vegetação e há recuperação da antiga, que ainda não estava completamente seca, sem quaisquer vestígios de estragos provocados por fungos ou bactérias.
Resta o problema da exposição dos tabuleiros. Logo veremos que solução milagrosa vão arranjar os conceituados técnicos. Se para durar, ou só para a ocasião. A presidência camarária já disse que paga. Viva Bruxelas!

2 comentários:

  1. Bom dia ,por aqui e bom tempo !
    Talvez engendrem uma solução tipo Hotel dos Templários .Na sua inauguração ( da 1ª fase ) a três dias do corte da fita não havia relva nascida em toda a zona prevista para ajardinar , como junto ao regato em frente ao Hotel virado á Várzea Pequena .
    Assim toca de espalhar cevada, adubo e muita rega noturna e diurna ,no dia de inauguração mais parecia os campos da Golegã !

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    1. Obrigado pela informação, amigo Oliveira. Desta vez, não acredito que espalhem cevada na Mata. É tudo gente mais virada para o "milho". Que compra tudo. Até consciências puras.

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