Eleitos locais

FINALMENTE A CONSAGRAÇÃO ONEROSA

O MIRANTE | Pedro Ribeiro e Anabela Freitas

Já no terceiro e última mandato, a presidente que afirma não haver ninguém mais forte do que ela, nunca tinha conseguido passar até agora da semi-vitória na área informativa. Dito mais claramente, com ajudas monetárias e ameaças veladas, cedo conseguiu que quase todos se calassem a seu respeito na informação local, mas nunca passou daí.

As almejadas loas apologéticas nunca apareceram. O que já era previsível, numa terra como Tomar. Calam-se quase todos com extrema facilidade, mas pô-los a falar é um bicudo problema. No caso, a situação pode resumir-se assim: os que podiam não queriam e os que queriam por necessidade, não podiam.

Até que finalmente, tal como no deserto marroquino acaba sempre por aparecer um camelo, lá surgiu o heróico narrador dos feitos da presidente nabantina, no exercício das suas funções. Fora da terra, para evitar dúvidas.  E logo n'O Mirante, um semanário regional cuja reputação é do conhecimento geral, no dia em que os discípulos de JAE entregavam, no cine-teatro nabantino, os prémios "personalidades do ano", a instituições e cidadãos naturalmente selecionados pelo jornal com o maior rigor e desprendimento, entre os quais a Festa dos tabuleiros. Por assim dizer, obra de carmelitas descalços. Quem é que falou aí em "pacote tudo incluído cine-teatro+tabuleiros+presidente"? Não sejam mesquinhos! É a nova tendência europeia. Comprando dois produtos, o terceiro é gratuito.

No que concerne à presidente tomarense, que teve direito a quadro de honra (ver link supra), ao lado do seu homólogo de Almeirim, louva-se no texto a sua frontalidade, e afirma-se que deixa obra feita, com destaque para a ligação da cidade aos templários. 

Sendo assim, é de acreditar que,  a partir de agora, o mestre Gualdim de Amares, pode repousar em Tomar muito mais descansado, pois tem uma continuadora, tão forte como ele, nas suas próprias palavras.

É geralmente aceite que o dinheiro compra tudo, sobretudo nas sociedades de regime capitalista. A ser assim, a promoção da presidente da câmara de Tomar na informação regional, com a sua entrada no quadro de honra d'O MIRANTE, pode dizer-se que é a excepção que confirma a regra. Conforme escrevi a propósito das recentes condecorações municipais, cada prémio, diploma ou medalha vale o que vale quem o atribui. Nem mais nem menos.  A credibilidade é algo que não se compra. Ou há ou não há.