quinta-feira, 2 de março de 2023

 

Recrutamento de funcionários municipais

O turismo é forçosamente geográfico, mas...

https://radiohertz.pt/tomar-ainda-o-polemico-concurso-para-a-divisao-de-turismo-e-cultura-psd-quer-saber-quais-as-universidades-que-ministram-o-curso-de-geografia-humana-e-qual-a-nota-curricular-da-atual-chefe

A julgar pela informação local, (ver link) continua assanhada a querela sobre o concurso de recrutamento de um chefe de divisão de turismo. Já abordei o assunto numa crónica anterior, mas perante os mais recentes contornos do problema, julgo útil voltar a escrever.
Cumprindo finalmente com afinco a sua missão enquanto oposição, a bancada do PSD estranhou que, para um concurso importante, se exija uma única habilitação académica,  e logo em Geografia humana, ao que parece  a exacta habilitação da pessoa que tem vindo a ocupar a chefia agora a concurso, em regime de substituição.
Por infeliz experiência direta, que me abstenho de relatar, não tenho boa impressão da pessoa em causa. Parece-me que nem boa recepcionista de turismo foi naquela circunstância, quanto mais agora chefe de divisão. Dito isto, que é apenas a minha opinião, fundamentada num único contacto, agora o problema é outro, bastante mais amplo.
Não tanto por causa da formação em Geografia como condição prévia, pois como devia ser sabido, todo o turismo é forçosamente geográfico, uma vez que percorre território. Donde resulta que os primeiros estudos superiores em Turismo, em França e na Suiça, nos anos 60 do século passado, tiveram a sua base nos departamentos universitários de Geografia, e só depois na Sociologia. A Antropologia e a Gestão viriam mais tarde ainda.
Por conseguinte, no caso do concurso tomarense, parece-me que o que choca nem é tanto a especialidade da licenciatura, ou sequer a classificação final da senhora, ou a sua aptidão para o lugar. O que choca mesmo, no meu entendimento, é que em 2023 e a pouco mais de cem quilómetros de Lisboa, uma Câmara de maioria socialista, há dez anos no poder, ainda arrisque brincar com a oposição e gozar com a opinião pública, ao lançar um concurso para chefe de divisão nitidamente "com fotografia". Arranjado. Uma pretensa escolha isenta, para intrujar os cidadãos todos, pois está-se mesmo a ver que a vencedora já é conhecida, antes de examinarem outras eventuais candidaturas. Está mal e até dá vómitos. Só gente mal formada, e sem qualquer noção de ética, se pode prestar a fantochadas do género, que não prestigiam ninguém. Pelo contrário. Até deviam envergonhar, se ainda houvesse vergonha.
Mas também é verdade que, noutra área, a presidência acaba de dar um triste e condenável exemplo. Condecorou um semanário local, na pessoa do seu diretor, antes condenado por falência fraudulenta e impedido de continuar à frente do jornal, por sentença transitada em julgado e do domínio público, o que mostra quão baixo se desceu em Tomar na escala da decência. Diz o povo que os actos ficam com quem os pratica. Oxalá não se vão esquecendo, como é costume, pois 2025 é já ali adiante.

1 comentário:

  1. A isto chama-se GAMELA !!!
    E mais penso ,mas não digo ,triste povo !!!.

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