Política local
Pacóvios contentes
Antes de se exaltarem com o título, aconselho os que se sentirem ofendidos a procurarem num bom dicionário os vários significados do vocábulo pacóvio. Depois me dirão se maldigo ou apenas constato. E vamos à crónica. Os pacóvios locais, de certa forma representados pelo nazi Manuel, um excelso comentador anónimo local, cuja escrita consegue ser ainda mais falsa e perigosa que a do Adolfo, andam todos satisfeitos. Pudera! Têm a gamela cheia e todos falam de Tomar. É uma festa de arromba!
Em geral, por razões de índole sociológica que conviria apurar, os nabantinos são cabotinos. Gostam muito de aparecer, de ter palco, directamente ou graças à sua adorada cidade."A mais linda do Mundo", pensam eles, que do Mundo conhecem pouco, e quase só via tv. Mas têm sido bem servidos nestes últimos tempos. Desde 2013 que a principal preocupação dos governantes locais tem sido a propaganda, a imagem deles e da cidade deles.
O convento, a cidade, o rio e a festa, eis o quarteto que propicia grandes alegrias aos tomarenses, quando a informação nacional ou internacional diz alguma coisa a respeito. "Pela positiva", já se vê. Este ano então, vai ser em cheio. Temos a Festa grande, a maravilha das maravilhas, que a todos encanta e leva a meter a mão ao bolso, e até veio o sr. primeiro-ministro. Em missão partidária, mas mesmo assim. O franquista Manuel, que nestas coisas nunca se engana ou tem dúvidas, exultou e aplaudiu. Enquanto houver gamela...
Em Tomar, o habilidoso Costa limitou-se a falar da excelência do Politécnico, agora também doutoreiro, que todos na região bem conhecem. Mas logo no dia seguinte, na outra banda e em conjunto com o governo, alargou-se em promessas de toda a ordem, que serão ampliadas durante a prevista reunião ministerial em Setúbal.
No Hotel dos templários, se quisesse, o dirigente partidário Costa poderia ter avançado com alguns projectos regionais, como por exemplo a nova ponte da Chamusca, a conclusão da A13 ou o aeroporto de Santarém. Não o fez, decerto por ter pena de Tomar, onde infelizmente não há nesta altura qualquer projecto camarário de envergadura a apresentar. Tudo o que não seja ornamentar, enfeitar, requalificar, não interessa à Câmara que temos. É uma opção como outra qualquer.
As estruturas de acolhimento, indispensáveis numa cidade de turismo, vão continuar a aguardar melhores dias. Dois grandes parques de estacionamento no centro histórico ? Ligação rápida e não poluente ao Convento? Instalações sanitárias? Sinalização? Parque de campismo moderno? Arena multiusos para congressos até mil participantes? Tudo coisas que podem esperar. Importante mesmo e prioritário era realojar os ciganos, uns cidadãos honrados que tão grandes contributos têm dado para a comunidade tomarense, à qual agora também pertencem de pleno direito. Ou não?
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