quarta-feira, 29 de março de 2023

Política local

Frases para meditar

Com intervalo de poucas horas, li três frases que marcaram este dia, pelo que dizem e pelo que permitem pensar. Num programa da Hertz, Hugo Cristóvão citou um crítico que terá afirmado isto: "A Câmara faz muitas obras, mas fá-las mal." Naturalmente o eleito discorda, e procurou demonstrar o contrário. Todavia, sendo falso que a autarquia tenha feito muitas obras, é verdade que as fez mal. Houve problemas de projecto, de execução, de fiscalização, de prazos e de oportunidade. Praticamente nenhuma era prioritária e há carências gritantes nas proximidades. Como explicar, por exemplo, as obras do Flecheiro, que são só para tornar mais bonito, quando logo mais abaixo a estrada de Carvalhos de Figueiredo aguarda há décadas os indispensáveis passeios e outros melhoramentos? E a rede de saneamento da zona do hospital velho, que data da idade média, quando será requalificada?
Nas jornadas parlamentares do PS, no Hotel dos templários, a presidência da Câmara usou da palavra de forma sucinta, mas ainda assim, segundo O Mirante, com expressões de teor tautológico. Reconheceu que há no concelho e na região graves problemas demográficos, mas igualmente uma acentuada queda do PIB. Olha que admiração! O contrário é que seria surpreendente.
Talvez tivesse sido mais proveitoso, caso a militante e eleita tivesse acrescentado que o acentuado despovoamento começa a causar sérios rombos na economia local e regional, nomeadamente naqueles concelhos, como Tomar, em que o sector público é largamente dominante. O que já conduziu a pelo menos uma situação preocupante. Em 308 municípios, Tomar está no grupo dos 10 que mais gastam com pessoal. O que não surpreende. Ourém tem agora mais 10 mil habitantes que Tomar, mas menos quase 150 funcionários municipais. Como se explica tal anomalia? E a maioria PS nabantina continua a recrutar, tendo em vista 2025...
Última frase por agora, um militante do PS com mais de 40 anos de filiação, desabafou no Facebook que está desencantado com a actual maioria, pelo que em 2025, se o candidato for quem ele pensa (Hugo Cristóvão), não vão contar com o seu voto. Mau sinal, quando ainda tão longe do porto, já há ratos velhos, que sabem muito, preparados para abandonar o barco. Olhando para a História, verifica-se que os fins de reinado são quase sempre bastante conturbados.


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