Turismo
"Todos nós somos turistas..."
Médio Tejo em destaque na Bolsa de Turismo de Lisboa - anfrarebelo@gmail.com - Gmail (google.com)
Confirma-se. A presidente da Câmara é boa conversadora, mas má gestora, como dizem na região a que preside. Desta vez, em declarações à mediotejo.net (ver link supra) determinou que "Todos nós somos turistas e quando vamos para fora procuramos a autenticidade dos lugares. Acho que foi isso que deixámos aqui [na BTL]: o apetite aberto a quem nos visita."
Concordando com a senhora quanto ao primeiro ponto, não estou todavia certo que ambos tenhamos a mesma interpretação da referida afirmação. Parece-me que "Todos nós somos turistas", não porque nos deslocamos, mas antes de mais porque todos estamos no mundo provisoriamente, fazendo cada um, quer queira quer não, o seu circuito, mais ou menos complexo, mais ou menos longo em termos de tempo, antes do adeus final.
Já essa história segundo a qual "quando vamos para fora procuramos a autenticidade dos lugares", trata-se afinal de simples frase de mercadologia, marketing, se preferirem. Na verdade, quando vamos para fora, ou praticamos o "vá para fora cá dentro", podemos ser múltiplas coisas: viajantes, caminhantes, peregrinos, campistas, roteiristas, excursionistas. Todos designados genericamente por turistas, embora comece a desenhar-se um movimento que sustenta que os turistas não são viajantes, porque passam pelas coisas, muitas vezes sem a verem. O velho anexim de origem árabe: "As viagens formam a juventude. Toma porém cautela. Se mandares o teu burro à Meca, ele voltará de lá tão asno como à partida."
De qualquer forma, sejam viajantes, turistas, excursionistas, peregrinos ou caminhantes, não é verdade que busquem a autenticidade dos lugares. Procuram sobretudo uma boa relação qualidade/preço e estruturas de acolhimento dignas do continente e do século em que estamos. Estacionamento amplo e seguro, instalações sanitárias modernas e suficientes, campismo e caravanismo com qualidade e centralidade, transporte rápido entre os estacionamentos e os monumentos.
Infelizmente, Tomar não dispõe de condições mínimas nesses aspectos e, pior ainda, a maioria socialista da Câmara não quer nem ouvir falar deles, por estarem convencidos que eles é que sabem. A ignorância não assumida e transformada em arrogância e sobranceria, é das piores chagas tomarenses.
Na BTL, Tomar abriu o apetite aos futuros visitantes? Certamente. Andaram a prometer o que não têm e a oferecer o que não há. Depois lastimam-se que os turistas se vão embora descontentes, como por exemplo todos aqueles que visitam o Convento e não descem à cidade...
Sem comentários:
Enviar um comentário