quarta-feira, 25 de abril de 2018

Uma controversa viagem à India

Está a causar alguma controvérsia, no nosso colega Tomar na rede, a anunciada viagem à Índia da senhora presidente, DR. Anabela Freitas e da senhora vereadora Filipa Fernandes (ver ilustração), para participarem numa reunião do Forum Mundial de Mulheres para a Economia. Já comentei o assunto no Tomar na rede, pelo que agora vou tentar alargar a questão, já sem os comentadores anónimos ratões a conspurcar a comunicação.


A primeira coisa a esclarecer, no meu pobre entendimento, é bem simples: Vão a título pessoal, assumindo as respectivas despesas? Ou vão ao serviço do Município de Tomar, em sua representação, com todos os custos pagos pelos contribuintes?
No primeiro caso, não haveria mais nada a dizer. Cada um viaja para onde quer, com quem quer e quando quer, sem ter de prestar contas a estranhos. Conviria portanto esclarecer previamente esse ponto, interrogando as interessadas ou a autarquia. A experiência ensina porém que seria tempo perdido, porquanto a actual maioria tem o lamentável hábito de pouco responder e nada esclarecer. O caso mais recente, mas não o único, é o dos resultados das análises à água do Nabão. Continuamos sem saber de onde vêm os coliformes fecais e se são de origem humana ou animal. Há mais de um mês.
Sendo a situação o que é, parte-se do princípio que vão ao serviço do Município de Tomar, como suas legítimas representantes, porque livremente sufragadas em eleições justas e não contestadas. Assim, deve a oposição toda, tanto no executivo como na Assembleia Municipal, tentar por todos os meios legais a abtenção de respostas para as perguntas seguintes:

1 - Qual ou quais os objectivos da viagem?
2 - Qual o seu itinerário completo?
3 - Que actividades e contactos estão previstos?
4 - Qual a necessidade de duas representantes, quando Abrantes tem só uma e os restantes municípios do país não têm ninguém?
5 - Porque razão Filipa Fernandes não aparece como "City councilor" de Tomar?

Além destas perguntas, e outras que eventualmente considerem pertinentes, penso que devem os eleitos da oposição exigir que, regressadas a Tomar, cada uma das eleitas apresente um relatório detalhado da sua viagem, tanto no executivo como na Assembleia Municipal.
Caso os membros da oposição prefiram assobiar para o lado, como já tem acontecido, em nome da conveniência e das boas maneiras, em vez de providenciarem a obtenção de respostas fundamentais para os munícipes, passarão a ser considerados coniventes num assunto cujos contornos não parecem inteiramente definidos. Estou a pensar nos dois galardões de qualidade, adquiridos pelos SMAS.
Quanto às respeitáveis eleitas, na falta desses esclarecimentos detalhados, lá terá de haver perguntas ao abrigo do direito à informação e, eventualmente, apelo ao Tribunal de contas, alegando que há suspeitas de um delito chamado peculato.
A vida política municipal está cada vez mais complicada.

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