domingo, 22 de abril de 2018

Autocracia, obstinação ou algo a esconder?

Sou capaz de estar a ver mal e a perceber pior. Contudo, a notícia da Rádio Hertz parece-me bastante clara. A Assembleia municipal, na sua sessão de 20/04/2018,  chumbou uma moção do PSD, propondo à câmara que melhore a informação aos cidadãos, na sequência da publicação de um ranking nacional sobre o tema, em que o município de Tomar é último no Médio Tejo, último no Ribatejo e ocupa a 253º posição entre os 308 concelhos portugueses. Pois mesmo assim, além dos proponentes, só a CDU foi digna e coerente, apoiando o documento. Os restantes parlamentares concelhios jogaram à defesa. Até a rapaziada do Bloco, em geral muito fracturante, desta vez resolveu abster-se, tal como os Independentes do Nordeste. O que possibilitou a derrota da moção, graças ao voto com valor a dobrar do presidente do órgão. Tudo isto porquê? Para quê?

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O que terá levado presidentes de junta e deputados municipais socialistas, em princípio tudo gente de bem, partidária da transparência na política, e portanto da informação atempada, a proceder de tal forma?  Há três hipóteses possíveis. A primeira, para os presidentes de junta que votaram contra a proposta ou se abstiveram, bem como para o BE, resume-se numa outra pergunta: Que lhes prometeu o executivo como moeda de troca?
As duas outras hipóteses para tão estranho comportamento, valem para a generalidade dos eleitos que votaram contra. Na melhor delas, que é ao mesmo tempo a situação mais grave em termos de futuro para o concelho todo, o executivo não tem nada a esconder, mas trata-se de uma questão de princípio: Ninguém tem nada que andar a tentar meter o nariz nos assuntos do município e por isso, quanto menos informação disponível melhor é. Por conseguinte nada de dar o braço a torcer, para evitar perder a face. Está mal, mas para os do poder é assim que está bem. Há que mostrar quem manda. Trata-se em suma da postura autocrática, resultante daquela doença assaz frequente nos eleitos -quando sobem ao poder, mais tarde ou mais cedo o poder sobe-lhes à cabeça. Só resta então um remédio: Esperar pela primeira oportunidade e correr com eles, antes que seja demasiado tarde. Os coitados dos venezuelanos, por exemplo, que o digam. Não agiram enquanto ainda era tempo, e agora...
A outra hipótese pode ser ainda mais problemática, apesar de se resumir numa pergunta bem simples: Que tem o executivo tomarense a esconder? Conforme disse Lincoln (1809-1865), "Pode-se enganar alguém durante algum tempo, mas é impossível enganar toda a gente durante muito tempo." 
E pelo andar da carruagem...


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