Se soubessem a história toda...
Nas redes sociais, são numerosos e entusiásticos os apoios à viagem à Índia da senhora vereadora Filipa Fernandes, em geral confundindo o essencial com o acessório, alegando perseguição e culpando os outros. Que são todos uns malandros, porque não concordam. O pensamento socratino no seu melhor. Ele nada fez de reprovável. O juíz instrutor e os procuradores é que querem à viva força prejudicá-lo.
O que está em causa desde o início, não é a viagem à Índia em si, mas simplesmente quem paga. E aqui, é muito provável que, se soubessem a história toda, pelo menos alguns dos apoiantes entusiastas tivessem outra atitude. Em qualquer caso, é extravagante uma cidade e um concelho, assolados por grave crise demográfica, com dificuldades de toda a ordem, incluindo pagamentos a fornecedores, custearem uma viagem à Índia de uma sua representante eleita, para defender os direitos das mulheres e promover a urbe naquele país asiático.
Ao que parece, estaremos perante o novo caminho para a Índia. Desta vez aéreo, quando o outro foi marítimo, com os infelizes resultados que os entendidos bem conhecem. Sabem portanto do que se está a falar, após se ter visitado Nova Delhi, Bombain, Agra, Jaipur, Varanasi, Kajurau e, mais para lá, Hong-Kong e Macau, na China. Mas, caso haja dúvidas, pode-se estender a toalha e servir todo um repasto histórico/sociológico sobre a colonização portuguesa nos ditos territórios, de meter nojo mesmo aos mais entusiastas, quando comparada com a inglesa. De forma que a nossa reputação por aquelas paragens...
Ao que parece, estaremos perante o novo caminho para a Índia. Desta vez aéreo, quando o outro foi marítimo, com os infelizes resultados que os entendidos bem conhecem. Sabem portanto do que se está a falar, após se ter visitado Nova Delhi, Bombain, Agra, Jaipur, Varanasi, Kajurau e, mais para lá, Hong-Kong e Macau, na China. Mas, caso haja dúvidas, pode-se estender a toalha e servir todo um repasto histórico/sociológico sobre a colonização portuguesa nos ditos territórios, de meter nojo mesmo aos mais entusiastas, quando comparada com a inglesa. De forma que a nossa reputação por aquelas paragens...
No caso presente, para que dúvidas não restem sobre a muito hipotética eficácia promocional do passeio da senhora vereadora, o tal painel de meia hora sobre Portugal de que ela fala no Facebook, o "Special Country Focus" é assaz curioso. Primeiro, cada orador dispõe de apenas três minutos para intervir, uma vez que estão inscritos 10, para 30 minutos. Depois, os oradores inscritos, mostram bem o que é na verdade aquele fórum. Além de Anabela Freitas, que já desistiu, e da senhora vereadora Filipa, (ao que se nota cheia de ilusões), temos este belo cardápio: (dados pessoais fornecidos pela própria organização do evento, que podem ser confirmados clicando aqui e depois no nome de cada um dos participantes.)
Tânia Castilho - Autora, conferencista e treinadora pessoal. Professora de inglês na Linda'a School, em Tomar, durante 23 anos. Especialista em meditação, consciência e ciência da mudança.
Pedro Fernandes - Terapeuta holístico e treinador pessoal, quirologista e numerologista, discípulo de Flávia de Monsaraz.
Joana Ferreira - Osteopatia, massagem, linguagem e marcha reflexiva.
Carla Ferreira - Secretária da ALL Ladies League em Tomar. Gosta de ajudar pessoas a organizar a vida e a promover uma abordagem positiva perante os desafios.
Goreti Coutinho - Consultora independente de educação.
Teresa Silveira - Chefe coordenadora para Portugal WEFx - Tomar. Vice chairperson da ALL Ladies League - Tomar
Zaleh Zandieh - Passion Project Success Strategic. Fundadora da Hip Hop meditation. Ensina estratégias liderantes, que ajudam a começar, consolidar e expandir a sua missão influenciadora.
José Carlos Gil Santos - YOPI/Consciência - Portugal
Perante tal listagem, impõe-se uma pergunta: Que pode dizer sobre Tomar e sobre Portugal um grupo de oradores assim? Mais: Tratando-se de defender os direitos das mulheres na Índia, e acessoriamente de promover Tomar, conforme referiu no Facebook a senhora vereadora Filipa Fernandes, convenhamos que, para representar a cidade e o país, não teria sido nada difícil arranjar um grupo mais credível e menos específico. Incluindo por exemplo historiadores, economistas, sociólogos, antropólogos, cientistas sociais, politólogos, operacionais de turismo, jornalistas, em vez de profissionais ligados às ajudas espirituais e/ou comportamentais. Os chamados gurus.
Mas não há piores cegos...
Mas não há piores cegos...
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