terça-feira, 24 de abril de 2018

Quatro casos nabantinos

1 - Uma aposta meio ganha

Algures no final do ano passado, a senhora presidente da câmara resolveu que, pela primeira vez em séculos, não seria desmanchado o açude provisório do Mouchão, ao que afirmou para poupar cerca de 5 mi euros. Contou com o posterior apoio parcial deste blogue, apesar de se temerem as consequências de tão afoita decisão, (que felizmente não ocorreram), por se tratar de uma atitude ousada. Ultrapassada a época invernosa, com as habituais subidas de caudal, eis o resultado:

 Foto António Freitas

O açude cedeu à força da corrente, sendo agora necessário proceder  à sua reabilitação. Mesmo com muito boa vontade, terão poupado metade dos alegados 5 mi euros. Pouca coisa, quando comparado com certas verbas mal gastas e tendo em conta os riscos que houve para parte da cidade antiga.
Idealmente, a roda deverá estar a funcionar no próximo dia 5 de Maio, para mais uma edição do congresso da sopa (que nunca percebi porque tem de ser no Mouchão, quando temos a Mata, com muito melhores condições). É porém duvidoso que tal possa ocorrer, pois o Nabão leva demasiada água para se poder montar o açude em condições de segurança.

2 - Outro aspecto indesmentível do afundamento de Tomar

Durante o primeiro trimestre de 2018, foram criadas no concelho de Tomar 19 novas empresas, mas durante esse mesmo período desapareceram 42, escreve o nosso colega Tomar na rede, citando dados do INE - Intituto Nacional de Estatística. Estamos portanto perante um registo oficial, que nada tem de partidário ou sequer de opinativo. São factos. Muito preocupantes, pois de acordo com a mesma fonte, refere o Tomar na rede, a tendência em todo o país é a inversa - criam-se mais empresas que as desaparecidas.
Dado que uma desgraça nunca vem só, segue-se que a actual maioria  camarária teima numa política negacionista, contra todas as evidências. Em vez de aceitarem a realidade, ouvirem os outros, incluindo os adversários,  e depois agirem em conformidade com os interesses da cidade e do concelho, como seria lógico, preferem enquistar-se em posições autocráticas pouco sustentáveis a médio prazo. 
A recente derrota à rasca, na Assembleia Municipal, de uma moção do PSD, que se limitava a constatar a realidade e propor alterações comportamentais na área da informação e da transparência, é um bom exemplo da confusão que por aí vai. E que parece sem solução, uma vez que a liderança da maioria denota cabeças com falta de conteúdo e formatação pouco adequada aos tempos que  correm.
(Só eu sei o que me custa ser forçado a escrever estas linhas, para que mais tarde se possa saber que nem todos alinharam nas asneiras. Nada ganho com isso, antes pelo contrário, mas prefiro viver em paz com a minha consciência.)

3 - A Agência Portuguesa do Ambiente anda a reinar com os cidadãos?

No caso da poluição do Nabão, que está a passar de drama para comédia, a Câmara de Tomar e a Agência Portuguesa do Ambiente formam um curioso par. Num país livre e em vésperas do 25 de Abril, como não podem continuar com a sua política negacionista, tentam escamotear o problema. Fecham-se em copas. Primeiro foi a senhora presidente da câmara, que prometeu resultados e até indicou uma data aproximada, mas depois enveredou por um silêncio tumular sobre o assunto. Porquê? É a pergunta que se impõe cada vez mais. Oxalá a oposição cumpra a sua função.
Agora é a própria Agência Portuguesa do Ambiente, um organismo governamental pago por todos nós, que resolve considerar que somos todos umas criancinhas, a quem não se pode contar toda a verdade. Cumprindo o seu dever de colher dados e informar, a Rádio Hertz contactou por duas vezes o referido organismo, tendo obtido apenas alguns silêncios eloquentes e várias respostas incompletas. Porquê? Estão a tentar proteger quem?
A seu tempo se saberá, que a verdade é sempre como o azeite.

4 - O estranho caso do concurso para director do Convento

Andreia Galvão é técnica superior da Direcção Geral do Património Cultural - DGPC. Exerceu, em comissão de serviço, as funções de directora do Convento de Cristo, como Chefe de Divisão, até Junho de 2017.  A partir daí manteve-se como directora interina até esta data, por ainda não ter sido substituída ou confirmada em nova comissão de serviço.
O curioso desta questão reside no facto de a tutela ter aberto concurso para recrutamento do director do monumento em Junho de 2017, mas só agora, 11 meses depois, ter decidido proceder às entrevistas previstas no respectivo regulamento . A que se deveu tão estranho atraso? O nosso colega Tomar na rede aborda o problema de forma um pouco mais detalhada.
Entretanto Tomar a dianteira 3 já solicitou informação complementar à DGPC, ao abrigo da Lei do direito à informação (Lei 26/2016, de 22 de Agosto, artigo 5º ponto 1).
  



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