sexta-feira, 6 de abril de 2018

Há Festa dos Tabuleiros em 2019

O mais fácil está feito

Tal como aqui se vaticinou, "o povo de Tomar", ou seja umas poucas centenas de pessoas, reunidas para o efeito no Salão nobre dos Paços do concelho, apoiaram por aclamação a realização de mais uma Festa grande em 2019. E quando a senhora presidente da Câmara, por inerência de função, perguntou se havia algum candidato para o cargo de mordomo, houve aplausos para Maria João Morais, que logo a seguir fez uma curta intervenção convencional e consensual. Houve depois foto com João Victal, o mordomo anterior, fixando a passagem de testemunho para a posteridade. Pode portanto escrever-se que o mais fácil está feito e que correu tudo muito bem. O pior é o resto...
A agreste maratona até Julho de 2019 vai começar agora. E vai ser necessária muita coragem e muito empenhamento de todos para que a festa tomarense possa sair mais uma vez prestigiada. O anterior mordomo, tomarense até à medula, mas também cidadão experiente e por isso consciente, já deixou escrito o seu recado para os sucessores, que aqui reproduzo com muito gosto, para que, na modesta capacidade deste blogue, não passe despercebido.
Em declaração ao Cidade de Tomar, afirmou: "O estado de espírito de quem entrega a festa é o de que a entrega em condições. A Festa dos tabuleiros não pode ser muito mexida." E logo mais adiante desejou aos sucessores "Coragem para continuar com o legado que nos deixaram, sem ligar muito ao que circula à volta. Foi o que me disseram a mim. Não vai ser fácil..." (Cidade de Tomar, 06/04/2018, pág. 7)
Realço com satisfação duas expressões, que considero importantes para o futuro da festa e do concelho: "A Festa não pode ser muito mexida" e "não ligar muito ao que circula à volta". Não pode ser muito mexida, mas convém alterar o fundamental, sem contudo trair o essencial. Jamais um exército conseguiu vitórias sem uma boa intendência. E a Festa dos tabuleiros nunca teve uma intendência capaz. O João Victal sabe isso melhor que ninguém. Ele que, meses e meses após o cortejo e o bodo, continuava aguardando a entrada de umas verbas prometidas, para então poder apresentar finalmente as contas...
Não ligar muito ao que circula à volta, mas também nunca perder o contacto com todos aqueles que apenas desejam o melhor para Tomar e para os tomarenses. Tal como os humanos, os animais e as plantas, também as instituições nascem, crescem, evoluem, definham e morrem. É a regra. E quando não evoluem em tempo oportuno, mirram e morrem mais rapidamente.
Consoante o modo como for organizada, a Festa dos tabuleiros pode passar a ser um excelente motor para o crescimento económico de Tomar ou, pelo contrário, aquilo que tem sido até agora -um encargo cada vez mais pesado para um orçamento municipal que já conheceu melhores dias. 
Estou a repetir-me, bem sei. Mas há pessoas tão obstinadamente surdas e cegas...

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