terça-feira, 16 de janeiro de 2024





Grupo escultórico Nini Ferreira - Lopes Graça

Os instigadores e os autores da coisa 

que se expliquem

Expliquei nestas colunas, em textos anteriores, que aquele pequeno monumento a Nini Ferreira e Lopes Graça, pago e instalado por uma Câmara PSD no espaço ajardinado anexo ao ex-estádio, deve sair dali, por três motivos principais:

1- É uma falsificação da historia, pois nunca os evocados foram em vida grandes amigos, ou por ali andaram e estiveram à conversa. É treta interesseira.

2 - Dos dois, só um teve acção notável em prol de Tomar, na área do ambiente, como grande defensor do rio, pelo que é uma heresia representá-lo de costas para o Nabão.

3 - Quando o então capitão Fernando de Oliveira, presidente da Câmara, mandou expropriar por utilidade pública a Horta Torres Pinheiro, para ali construir o estádio,  Nini Ferreira manifestou a sua oposição e Lopes Graça vivia longe de Tomar, fugido da polícia política. Nestas condições, o pequeno monumento é uma ofensa à memoria do mais tarde general Fernando de Oliveira, o homem que até hoje mais fez por Tomar, ajudou tantos tomarenses e morreu pobre.

Ao que parece, esta minha posição não caiu bem, nalguns destroços que ainda restam da "boa sociedade tomarense", tendo desencadeado a usual campanha de calúnias a meu respeito, no melhor estilo do camarada Estaline.
Deixem-se disso, prezados conterrâneos. Os tempos são de mudança, cada vez mais rápida e já poucos acreditam nas balelas do costume, como mostram os resultados eleitorais cada vez mais magros, e com tendência para piorar. Os erros pagam-se também nas urnas. E, nalguns casos,  até com a saúde.
Tenham a coragem de ser tomarenses de verdade. Procedem à mudança do pequeno monumento, colocando-o algures no Mouchão, ou na Várzea pequena, por exemplo, mas com os personagens virados para o rio, como deve ser. É uma questão de dignidade e de bom senso.
Se não querem dar o braço a torcer, estão no seu direito. Mas então tenham pelo menos a decência de explicar porque o não fazem, e quais as razões que vos levaram a encomendar/pagar o grupo escultórico com dinheiro dos nossos impostos, e a decidir instalá-lo junto ao ex-estádio, num terreno cuja municipalização os representados combateram. Haja coerência e um mínimo de respeito pela verdade histórica e pelos Tomarenses.
Deixem-se de ódios de estimação, que vos apoucam. Só depois de reabilitada parcialmente a memória do general Fernando de Oliveira, com a ida dos seus acérrimos adversários Fernandos para outro lado, se poderá então pensar num monumento mais imponente, a implantar num local mais condigno que aquele canto esquecido da Várzea pequena. Se os tomarenses assim o entenderem. Os que ainda restam dessa época.

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