Educação e ensino
Os amadores
e a Escola profissional de Tomar
A oposição laranja trouxe de novo à baila o problema da Escola profissional de Tomar, que tem cada vez menos alunos, como tem vindo a acontecer com o Politécnico. Maleita nabantina? Visivelmente contrariado, o presidente Cristóvão lá teve que responder, por imposição legal, mas nota-se que o fez com pouca convicção. Teve que ser e pronto.
Compreende-se. Mesmo a perder dinheiro e com eleições autárquicas em 2025, a situação da escola está longe de ser desesperada, ou sequer problemática em excesso. Uma Câmara que gasta com uma festa 1,3 milhões de euros a cada quatro anos, também pode manter uma minúscula escola profissional, que custa bem menos. Estes tabuleiros de 2023 custaram ao orçamento municipal uma média de 325 mil euros anuais, por quadriénio. Pelas minhas contas de cabeça, a escola profissional não custa nem 25% desse montante.
Trata-se por conseguinte, para os autarcas amadores que temos, de um não-problema, que apesar disso Cristóvão procurou justificar. Disse que a crise da EPT se deve à fuga dos alunos para os dois agrupamento locais. A concorrência capitalista, como acontece com os supermercados, por exemplo, e no ensino em geral. A questão é que supermercados não perdem dinheiro, porque não cobram impostos, para com eles cobrir prejuízos, enquanto que a autarquia está a perder dinheiro com a escola, mesmo cobrando impostos. Ou justamente por causa de cobrar impostos e taxas?
Fazendo um diagnóstico rápido, a primeira interrogação é sobre a fuga dos candidatos potenciais à EPT. Cristóvão já disse que fogem, mas nunca terá procurado saber porquê. É pena, porque daí poderá começar a surgir uma hipótese de solução, uma terapêutica.
Como qualquer outro estabelecimento de ensino, oficial ou privado, a EPT tem instalações, mobiliário, cursos, docentes, métodos de ensino e de avalição, material didático refeições e custos. Logo a primeira pergunta será: os candidatos à matrícula preferem outras escolas com os mesmos encargos porquê?
Obtidas umas centenas de respostas escritas, e feita a respectiva exploração, restará ter a coragem de atacar a doença, seja ela qual for. Melhorar instalações, contratar outros professores, comprar novo material didático, rever métodos, implementar novos cursos, mudar de fornecedor de comida... O que não é nada aconselhável é manter as coisas em banho Maria.
Porque há outra solução, mais rápida, mais fácil e se calhar mais barata para os contribuintes: fechar a escola, assegurando a cada um do seus profissionais a indemnização contratual a que tem direito, e aos poucos alunos outra escola onde se inscreverem. No actual contexto, parece evidente que a EPT padece de doença incurável, ao não estar de todo preparada para a inevitável mudança. Resta portanto eutanasiá-la quanto antes, porque quanto mais tarde, mais oneroso fica. Ou esperam um milagre?
A eventual instalação do falado Museu Templário, é outra questão, bem mais espinhosa, dado que não se sabe ao certo que compromissos terá assumido a ex-presidente, o que levou alguns a pensar que a crise da EPT é apenas uma artimanha para libertar a Casa dos Tectos, sede da escola, para depois instalar o museu. Será? A política tomarense é por vezes tão tortuosa que uma pessoa nunca sabe bem a quantas anda.
Sem comentários:
Enviar um comentário