Após o Natal e o Réveillon
Clima quente e preços temperados
Clima temperado e preços quentes
Sei bem que há tomarenses, mais numerosos do que seria desejável, que detestam ouvir dizer ou ler que se vive mal em Tomar. Mesmo quando se lhes mostra que no inverno o clima não é nada agradável, calam-se, mas nota-se que não ficam nada convencidos. É o paradoxo tomarense. Os habitantes acomodados e calados, que todavia não aceitam a realidade, nem sobretudo aqueles que a descrevem. Depois sentem-se infelizes, ignorando que são os artífices da sua própria infelicidade. Vivem em contradição permanente, o que não é nada saudável, segundo os especialistas nessa área.
A quadra festiva foi ocasião para verificar que a má qualidade de vida em Tomar não é só provocada pelo clima invernoso. Há a considerar também, e sobretudo, o custo de vida e os rendimentos de cada um. Programa vasto, como diria o De Gaulle, que era militar, habituado a poupar.
Aqui em Fortaleza, na noite de Natal, encomendou-se no restaurante do Herculano, um compatriota de Águeda, o tradicional bacalhau à lagareiro, com batatas a murro e pimentos. Vieram três postas altas de bacalhau da Noruega, com as batatas a murro e pimentos. Tudo por 286 reais = 56 euros.
Na noite de réveillon repetiu-se a dose, desta vez com meio leitão assado e dois pastéis de nata, tudo por 200 reais = 40 euros. Para um restaurante de classe média alta, não se pode dizer que seja caro. Se dúvidas houver, aí vão outros preços de produtos alimentares:
Conservas portuguesas entre 3 e 6 euros (bacalhau com azeite e alho).
Quivis da Nova Zelândia 10 euros/quilo.
Banana entre 45 cêntimos e 1 euro 80/quilo.
Cenouras entre 45 cêntimos e 1 euro noventa/quilo
Tomates entre 75 cêntimos e 2 euros 10/quilo
Jornal diário 4 reais = 80 cêntimos de euro.
Para conferir ir a gcmais.com.br
Parece portanto haver uma relação contrastada entre os preços daqui e os do hemisfério norte, no que toca a bens essenciais. Clima quente, mas preços temperados no Atlântico sul, clima temperado mas preços escaldantes no hemisfério norte. Se calhar, era capaz de não ser má ideia deixar-se de festarolas, realojamentos, novas habitações sociais, subsídios vários e TGV, aproveitando para pagar a dívida pública e baixar os impostos.
Porque, embora haja quem pense o contrário, em economia não há milagres. Os comerciantes que pagam um IRC altíssimo e ainda cobram o IVA, têm forçosamente de repercutir no preço final esses custos. Tome-se, por facilidade, um produto comprado pelo comerciante a 10 euros. Acrescentando o IRC, são mais dois euros, cujo IVA será de 1,53, mais 3 euros de lucro, e temos um custo final à saída da caixa de15 euros e 53 cêntimos.
Aguenta-se. O povo aguenta tudo, como dizia o outro. Mas custa muito e um dia o pessoal cansa-se de ser maltratado. Será já em Março?
Segundo as sondagens ainda não será em Março!!! Apesar de tudo...
ResponderEliminarÉ o que falta saber, Helder. Como você já deve ter lido ou ouvido falar, as sondagens em Portugal não têm grande credibilidade. Tal como quase toda a informação, estão inquinadas logo à partida pela gigantesca base de apoio pseudo PS, por interesse.
EliminarIam lá agora publicar resultados desagradáveis para quem lhes dá de comer. Complicando ainda mais, como o país é pequenito, as amostras ditas representativas são quase sempre com os mesmos números de telemóvel, e os inquiridos que já sabem de antemão as respostas que se esperam, limitam-se a dizer aquilo que os inquiridores querem ouvir. Ou estarei a ver mal o filme? Se até nos USA a H. Clinton foi em tempos batida graças a sondagens manipuladas...