Eleições legislativas
Votar é um dever cívico
e felizmente o voto é livre e secreto
A mais de mês e meio das próximas eleições, recebi duas perguntas de resposta complexa. Pretendem saber em quem vou votar, e qual a melhor escolha eleitoral no actual contexto. Começo por esclarecer que se trata de eleições para um órgão nacional, pelo que a minha competência em termos analíticos e previsionais é muito mais limitada do que tratando-se apenas do vale nabantino. Ainda assim, avancemos.
Nesta altura, o mais provável é que não vote desta vez. Podia votar em Fortaleza, mas tinha de me inscrever atempadamente, o que não fiz por não saber se ainda aqui estarei em 10 de Março. Votarei em Tomar? Depende. Só estarei de novo no vale do Nabão em Março, caso a evolução da doença a isso me obrigue, porque ainda faz frio, pelo que só tenciono regressar a Lisboa lá para o final de Abril, em circunstâncias normais.
Indo agora às opções de voto para cada cidadão, começo pela extrema esquerda. Votar na CDU, que é afinal o PCP com outra designação eleitoral, só se justifica como forma de homenagear a longa luta do partido durante o regime autoritário. O resto será em pura perda.
O voto no BE será sempre ideológico e sem grande alcance prático. Sobretudo depois de Mariana Mortágua ter dito que Ventura dava um bom Estaline. É uma patacoada das grandes, tanto na forma como no fundo. Na forma, porque o líder do Chega DARIA, poderia dar, um Estaline se... No fundo, porque não consta que tenha mandado, ou tencione mandar assassinar Louçã, como fez o ditador soviético em relação a Trotsky, um dos patronos ideológicos do BE, e a milhões de russos. Há coisas que é melhor pensar um bocadinho, antes de abrir a boca.
Vindo para o Centro, deixando de lado o Livre, o Pan, o Volt e outros que tais, por não passarem afinal, no actual sistema eleitoral, de simples animadores de pista, encontramos o PS. Agora bastante mais à esquerda, com PNS, o que significa mais Estado, é capaz de perder eleitorado, devido a essa esquerdização, e tendo em conta a acção governativa dos últimos anos, que não foi propriamente um sucesso.
Em contrapartida, é o único partido que garante um representante de Tomar na Assembleia da República. Hugo Costa é o 2º da lista por Santarém e o PS elegeu 5 em 2022, pelo que, mesmo perdendo votos, o tomarense está praticamente garantido na AR. Caberá a cada eleitor ponderar se essa nítida vantagem local compensa a má governação a nível nacional.
Mesmo com uma solução requentada, a AD, o PSD é nesta conjuntura a grande esperança de muitos portugueses. Todos aqueles que acreditam na iniciativa privada, na redução da burocracia e dos impostos, e na luta contra a corrupção. Infelizmente, a nivel local a situação é a que sabemos. Os social-democratas nabantinos têm muito pouco peso a nível distrital, e isso nota-se. Lurdes Ferromau é 8ª na lista, quando em 2022 o PSD elegeu apenas 3 deputados no distrito. Valerá a pena, mesmo assim, votar AD? Quem lê terá de decidir no momento adequado.
Fecha-se com o CHEGA, no qual vão votar todos os que estão fartos disto e mais aquilo, destes e mais aqueles. Porque o partido de Ventura é a nova formação de protesto, função que tem sabido roubar ao PCP e ao BE. Com tal sucesso até agora que, com alguma sorte, vai conseguir transformar o tradicional casal governativo PS-PSD ou vice-versa, em ménage à trois. Oxalá!
São todos farinha do mesmo saco, Ventura, Montenegro e PNS. O mesmo para os respectivos partidos. Prometem tudo e mais alguma coisa para caçar votos. Prometem contas certas dando boas reformas, mesmo a quem não descontou o suficiente, aumentos para os policías, médicos, professores, etc... até prometem aliviar os impostos. Como é que podemos acreditar neles, só os parolos. São todos uns aldrabões....
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