sábado, 25 de dezembro de 2021

 


Informação - Tabuleiros - Liberdade de expressão

O que não parece afinal é

Já tinhamos a bem conhecida tirada "na política o que parece é". Agora temos também uma forma de variante. Como nos virus da pandemia. Na informação local, o que não parece é. Agoniado com a sua desconfortável situação de amparado pela actual maioria autárquica -precisão a quanto obrigas-  certo director de periódico parece ter ficado também incomodado com as recentes referências à Festa dos tabuleiros, a propósito do Património mundial imaterial da UNESCO, atribuído à Festa do povo de Campo Maior, vulgo Festa da flor. (Ler recente "Nota do director" do citado periódico).
Azar dos azares, não só essas tais referências não são nada favoráveis para o poder instalado nas margens nabantinas até 2025, ao revelarem manifesta falta de competência e de critério decisório,, como ainda por cima foram publicadas num órgão odiado pelos novos aprendizes de ditador -este mesmo que está a ler.
Daí resultou, para o conterrâneo em causa, a necessidade de uma ginástica do mais elaborado que se conhece. Tratou-se de abordar o tema tabuleiros, dando a entender que não leu o que leu, que  ignora o que já  sabe, e que indaga  aquilo que quem manda não quer que se saiba. Uma salada nabantina de difícil gestão e digestão.
De difícil gestão, posto que qualquer leitor minimamente advertido rapidamente descobre a posição hipócrita. De difícil digestão, dado que o leitor honesto resistirá a aceitar semelhante comida, sem questionar e se questionar. Para quê tudo isso? Simplesmente para tentar camuflar a evidente falta de coragem, de sinceridade e de frontalidade. Inconvenientes de ser na prática a voz do dono. Da dona, neste caso.
Se realmente está mesmo preocupado com o futuro da Festa dos tabuleiros, e com a sua inscrição na lista do PMI da UNESCO, em vez de tanta ginástica, e de enumerar factos que já não interessam a ninguém -como por exemplo o legado de Luis Santos- deverá o citado director, grande adepto da tauromaquia à portuguesa, ousar na próxima vez pegar o animal pelas hastes.
Dizer que leu, onde leu e o que leu, que o deixou tão preocupado. Depois é só fazer as perguntas que faltam, a quem lidera de facto o processo da candidatura da Festa Grande tomarense a património mundial imaterial da UNESCO, que foi devolvido pelo Ministério da cultura - DGPC, "para aperfeiçoamento", em 21 de Agosto passado. Que modificações exigem? Com que fundamento? Porquê? Eis o que urge saber, uma vez que, como bem escreve o referido articulista, a festa é de todos os tomarenses, embora por vezes possa não parecer, acrescentamos nós.
Admitindo que o referido director assim fará, avançando com textos limpos e incisivos, mais se sugere que aguarde até depois das próximas eleições, previstas para o final de Janeiro. Isto porque, se uma autarquia PS não conseguiu sequer até agora convencer um ministério da cultura também PS, algo está mal,  a carecer de alterações de fundo quanto antes.
A fingir, a fazer de conta que, a tentar pendurar-se, nunca mais vamos conseguir sair da cepa torta. E os Tabuleiros tarde ou nunca chegarão a Património mundial imaterial da UNESCO. Não há memória de alguém ter conseguido ganhar um "grand prix" equestre, montando uma pileca.

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