quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

 

Imagem Tomar na rede, com os nossos agradecimentos

Assembleia Municipal

UMA MARATONA PARA LAMENTAR

Por que carga de água, marcou o presidente da AM uma sessão daquele órgão com início às 19 horas e 18 pontos na Ordem de Trabalhos? Tomar a dianteira 3 julga ter a resposta, mas vamos por partes.
Quem andou ou anda na política há algum tempo, sabe bem como estas coisas são. Estudos comportamentais demonstraram que qualquer parlamento, ou outro agrupamento para debate, (uma aula universitária, por exemplo),  só funciona a 100% durante um máximo de três horas = 180 minutos, de preferência com um intervalo de 10-15 minutos após os primeiros 90.
Após esse limite, referem os mesmos estudos, a acuidade intelectual vai-se degradando pouco a pouco. De tal forma que já se constatou que, a partir de 4 horas de debate, qualquer interveniente está disposto a votar favoravelmente seja o que for, para poder ir-se embora mais cedo.
O presidente da AM, que é uma pessoa lida, com experiência e boa formação académica, saberá decerto tudo isto. Terá sido mesmo por isso que colocou os dois pontos mais complexos da OT, a 3ª Revisão do Orçamento e GOP para 2021, e as GOP, Orçamento e Mapa do Pessoal para 2022, em 14º e 15º lugares, respectivamente.
Isto numa Ordem de Trabalhos cujo primeiro ponto era assaz complexo. Nem mais nem menos que o debate e votação do Regimento da própria AM. Os deputados municipais tomarenses, eleitos em Setembro, foram assim transformados em maratonistas legislativos três meses depois. A sessão prolongou-se por sete horas e meia. Uma enormidade. Pense-se o que que se quiser, não parece sério. Pelo contrário. E em política, o que parece é. (Tomar a dianteira 3 está em contacto com o Guiness of the records. para saber se esta sessão da AM tomarense, com 18 pontos e sete horas e meia, será ou não um record nacional, europeu e mundial).
Prova do cansaço reinante no parlamento municipal, que votou maioritariamente a favor de tudo quanto apareceu, como se pretendia, o próprio presidente implicou com a expressão "por que carga de água", usada por um maratonista, perdão, por um deputado municipal.


Cena tão mais caricata quanto é certo que a dita expressão nada tem de condenável, e quando se constata que o mesmo presidente mandou escrever na Ordem de trabalhos da convocatória, ultimo ponto, "informação da presidente da Câmara", quando protocolarmente está obrigado a usar sempre a expressão "senhora presidente da Câmara". Ora toma!
Face ao exposto, aconselha-se, em futuras sessões do parlamento municipal nabantino, no mínimo, o uso de casaco estilo Mao Zé Dong, como na Coreia do Norte, onde foi agora decretada a proibição de rir durante dez dias. Lá é que as sessões da assembleia do povo são tão longas como em Tomar, e a linguagem é censurada. E também ninguém protesta, como nas margens do Nabão. Ou bem que semos, ou bem que não semos!

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