Imagem Tomar na rede, com os nossos agradecimentos
Barulho nocturno - bairros sociais - ciganos
Em parte responsáveis por aquilo que denunciam
Já se esperava, mas a realidade ultrapassa quase sempre as previsões. Uma reclamação anónima, publicada na informação local, protesta mais uma vez contra o barulho exagerado, durante a noite de Natal, no novo bairro calé, junto à GNR.: https://tomarnarede.pt/sociedade/barulho-tira-o-sono-a-moradores/
É algo cíclico. Sempre nos mesmos locais e com os mesmos protagonistas. Os moradores mais próximos estão cheios de razão. Não conseguem dormir em condições, sobretudo devido ao excesso de ruído fora das horas legais, mas também porque se enervam perante a evidente passividade das autoridades.
A Câmara assevera que já recomendou à PSP patrulhas mais frequentes, que obriguem a cumprir a lei. A PSP queixa-se que tem falta de efectivos, pelo que nem sempre pode enviar um carro patrulha, quando os moradores reclamam. A GNR, por sua vez, que está mesmo ao lado do referido bairro novo, esclarece que nada pode fazer, por não ter competência territorial para tanto. Na área urbana, como é o caso, o policiamento cabe exclusivamente à PSP.
Quanto aos moradores barulhentos e problemáticos, não só daquele bairro, mas também de outras zonas da cidade, agem como melhor lhes convém, porque já sabem muito bem que em Tomar beneficiam sempre de tratamento de excepção. Quem tem competência para agir com firmeza, não o faz por dois motivos principais. Antes de mais, porque ninguém gosta de ser apelidado de racista, sobretudo quando não é de todo o caso. Depois porque, cumprindo a tradição local, ninguém quer chatices. Uns porque têm uma porta aberta, outros porque têm automóveis que podem ser riscados, outros ainda porque nunca deram a cara por coisa nenhuma, e agora pensam que já é tarde para começar.
Nestas condições, as reclamações justíssimas mas anónimas vão continuar já na próxima noite de passagem de ano. E os prejudicados que ousam reclamar são igualmente responsáveis em parte por aquilo que lhes acontece.
Tenho amigos do peito que habitam naquela zona e não pretendo criticar ninguém. Impõe-se contudo ver as coisas como elas são, à luz de experiências similares, por esse país adentro, e por essa Europa fora. As reclamações anónimas, e as queixas telefónicas, já demonstram por diversas vezes que não dão qualquer resultado prático. Resta portanto, no entendimento de quem escreve estas linhas, adoptar o novo modelo de protesto, inaugurado há pouco tempo em Tomar pelos pais, encarregados de educação e alunos da Escola Santa Iria, no caso da anunciada transferência do centro de vacinação para aquele estabelecimento de ensino.
Encheram-se de coragem, reuniram, decidiram em grupo o que pretendiam, resolveram dar a cara e manifestaram frente à escola. Foi quanto bastou para a autarquia recuar, alterando a localização do centro de vacinação.
Neste caso do excesso de barulho, resta por conseguinte aos moradores afectados, daquela e de outras zonas da cidade, procederem de modo semelhante. Darem a cara, definirem o que pretendem e marcar uma concentração pacífica para a Praça da República, ou mesmo para o salão nobre dos Paços do concelho, com uma palavra de ordem: "Estamos fartos de barulho. A lei é igual para todos."
-Então e se mesmo com concentração pacífica, nada se conseguir e o barulho continuar, que fazer depois?, poderão perguntar alguns apaniguados mais cínicos, e que se julgam sabedores, da maioria PS. A resposta é simples: Basta fazer novo ajuntamento pacífico, com ocupação do salão nobre ou dos arcos da Câmara, até que se obtenha um compromisso escrito de eficácia redobrada por parte das autoridades. E assim sucessivamente. Conforme consta naquele painel ao alto da escadaria da Câmara "O povo é quem mais ordena". E o povo são afinal os cidadãos em conjunto. Somos nós todos. Incluindo os eleitos, embora alguns deles se considerem de uma classe superior. Manias.
Se por aí estiver na altura, também participo na eventual concentração. Sou solidário, embora o barulho dos ciganos não me incomode aqui tão longe, como se compreende.
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