quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

 


Autarquia - centro histórico - saneamento - oposição

Pobre terra!
Triste gente!


Os franceses usam dois vocábulos para qualificar os simplórios. Tanto dizem "c'est des cons", como "ce sont des pauvres types". Crê-se que ambas as expressões assentam numa parte dos queridos conterrâneos, que nem roupa feita por medida. E se tivermos em conta a frase atribuída a Einstein, segundo a qual "para  ser um bom elemento do rebanho de ovinos, a principal condição é ser ovelha", estará explicada a posição de quem alinha este texto. Trata-se de conseguir ver as coisas de longe e de cima. Não por uma questão de hipotética superioridade, mas apenas para melhor visão e perspectiva.
Desde que António Paiva, odiado por tantos, deixou a autarquia, em 2009, nunca mais houve obras de saneamento no quadrilátero Avenida Cândido Madureira-Rua dos Moinhos-Rua de S. João-Estrada do Convento. O que significa que nessa área há dezenas e dezenas de consumidores de água a pagar a taxa de tratamento de esgotos há mais de dez anos, quando afinal os mesmos não são tratados. Pagam um serviço do qual não beneficiam infelizmente.
Apesar de tão insólita situação, que noutra cidade seria um escândalo dos grandes, só agora a oposição PSD teve a coragem de abordar a questão na reunião do executivo camarário:
Foi um pedido de esclarecimento púdico, quase envergonhado. Mencionaram uma parte do centro histórico, mas abstiveram-se de citar as 5 ruas (Rua do Teatro, Rua Nova, Rua Aurora Macedo, Rua Infantaria 15, Rua Pé da Costa de Baixo) e o Largo do Quental, praticamente adjacentes aos Paços do concelho, mas mesmo assim sem requalificação há mais de 10 anos.
Compreende-se a atitude tímida dos eleitos da oposição. Devem ter a noção de que não representam de facto ninguém, uma vez que os próprios prejudicados nunca se queixaram. Mesmo a informação local nunca abordou o tema, exceptuando este vosso escriba de serviço, sem qualquer resultado prático. Há até uma situação deveras curiosa.
O único jornalista encartado que ainda mantém a sua independência -o administrador de Tomar na rede- mora numa das ruas mencionadas, com saneamento da Idade média,  mas também ele nunca se queixou, decerto por falta de tempo. Ou de informação adequada?
Num tal contexto, a srª presidente saiu por cima, como habitualmente. Considerou que o problema principal são os arranjos de superfície, sobretudo na Rua Infantaria 15, que deverá ser fechada ao trânsito, ficando portanto com o mesmo perfil da Silva Magalhães,  e um outro colector a instalar na margem direita do rio. A ornamentação é que importa!
Tudo isto lá para 2023, se entretanto não surgir qualquer novo impedimento, ou obra a custear numa igreja da urbe. Fala-se mesmo na de S. Francisco, que é propriedade privada, mas pode render bons votos da fraternidade franciscana.
Porque é que o supracitado quadrilátero urbano ficou esquecido durante mais de 10 anos, tendo as obras de requalificação passado da Rua de S. João e dos Moinhos, para a Nun'Álvares e a Torres Pinheiro? Boa pergunta. Porque será que ninguém a coloca à srª presidente? Têm medo de quê?
Em tempos candidatou-se e foi eleito  no Brasil, o palhaço profissional Tiririca, que usou um tema de campanha irresistível: "Vota Tiririca! Pior que está não fica!" Aqui se  apela aos conterrâneos, eleitos ou não: Perguntem, protestem, indignem-se, manifestem, particicipem! Não tenham medo! PIOR QUE ESTÁ NÂO FICA!

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