História local - D. Manuel I - Comemorações
Nem D. Manuel I o Venturoso escapou
D. Manuel I, o Venturoso, duque de Beja, Mestre da Ordem de Cristo, Rei e Imperador, faleceu aos 13 de Dezembro de 1521, após maleita que durou uma semana. Antes tinha edificado um império, assombrado a Europa com a sua embaixada ao Papa, que incluía elefantes, e imposto a divisão do Mundo em Tordesilhas.
Em Tomar, enquanto rei e mestre da Ordem de Cristo, instituiu a sua capela real (S. João Baptista), ampliou os Paços do infante, decorou a Charola, acrescentou o Coro alto e deu novo foral à vila.
Habituados ao centralismo, os que gerem a cultura resolveram comemorar o 5º centenário do passamento manuelino com uma exposição nos Jerónimos, em Lisboa, como não podia deixar de ser. À falta de material original, ou mesmo pouco conhecido, conseguiram que viesse do museu militar de Paris uma armadura dita de D. Manuel I, porque ostenta na sua decoração renascentista umas esferas armilares. Além disso, referem com deferência a estátua manuelina com o rei orando, no portal dos Jerónimos.
Apesar de Tomar ter o mais autêntico monumento manuelino, as ruínas do palácio onde provadamente viveu e assistiu a alguns autos de Gil Vicente, ninguém julgou útil celebrar o 5º centenário do Rei venturoso. É pena. Podiam aproveitar para alavancar a reconstrução do seu palácio, e sobretudo para a conhecer as suas quase ignoradas representações, devidamente identificadas pela heráldica, como duque de Beja, mestre da Ordem de Cristo, Rei e Imperador.. Fica para outra altura, passada esta era de novos-ricos borrabotas, que tomaram conta da política por quase todo o lado, nesta desgraçada terra.
Nem D. Manuel I, o Venturoso, escapou ao esquecimento nabantino. Decerto porque a obra que deixou incomoda demais os que fazem pouco e mal.
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