Anabela Freitas, em atitude magistral, no salão nobre dos Paços do Concelho, durante a visita dos alunos da Escola Raúl Lopes. Imagem Rádio Hertz, com o nosso obrigado.)
As crianças, a imagem e a política local
Oiçam o que eu digo
Não olhem para o que eu faço
A versão original é "Que bem prega Frei Tomás. Façam o que ele diz. Não olhem para o que ele faz." Houve portanto necessidade de uma pequena adaptação. Até porque não se trata de focar Frei Tomás, ou a irmã Tomásia, mas a nossa querida presidente da Câmara.
Lamentou a senhora, no passado dia 7 deste mês, que no caso da malograda mudança do centro de vacinação para a escola Santa Iria, se "tenham colocado crianças no meio de um problema de adultos". Omitiu assim deliberadamente que o problema em questão era a privação de aulas de educação física, e outras actividades, devido à ocupação abusiva e despropositada do ginásio da escola. Era por conseguinte "um problema de adultos" que dizia respeito às crianças, pelo que não se entende o injustificado agastamento da autarca.
Poucos dias depois, bem ao estilo "apanha-se mais depressa um hipócrita que um coxo", a própria presidente da câmara decidiu recorrer a crianças para tentar resolver um problema de adultos:
Como claramente resulta do texto da Hertz, tratou-se de apaparicar as criancinhas, respondendo mesmo às suas perguntas, cuja profundidade é escusado realçar, para assim procurar limpar a má imagem que ficou do caso Santa Iria. É dos livros, e muito provavelmente foram até os conselheiros de imagem, os seus spin doctors, que aconselharam tal iniciativa. A qual nada tem de condenável em si. Trata-se apenas de realçar que, na política é como na ourivesaria, nem tudo o que luz é oiro. Ou como nalguns restaurantes populares, onde noutros tempos se comia gato por lebre.
Moral da história. Ficam os pais e encarregados de educação avisados por quem de direito de que, em futuros conflitos escola-autarquia, não devem envolver os seus filhos-alunos na questão. Só a srª presidente da Câmara está autorizada a usar crianças para limpar a sua imagem (sua dela, e não das crianças), em virtude de ter sido reeleita com uma confortável maioria absoluta. Aqui fica escrito, para os devidos efeitos.
Pois, bem sei! Vão esclarecer que esta visita escolar à Câmara já estava prevista, muito antes do recente conflito provocado pela mudança do centro de vacinação. Podia lá ser de outra maneira?! Nem pensar!
Agora falta só saber quando vão as crianças da Escola Santa Iria, também elas, visitar a Câmara, e se a senhora presidente aproveitará o ensejo para responder finalmente a uma pergunta ainda sem conclusão cabal: Qual ou quais os argumentos que levaram as autoridades regionais de saúde e a Câmara a preferir o ginásio da Escola Santa Iria, entre tantas outras hipóteses? Terá sido o nome da Santa? Porque, se já estava escrito que Iria, natural era que fosse mesmo. Nunca se pensou então que Iria afinal de novo para o Pavilhão Jácome Ratton, para o piso cedido pela autarquia ao Sporting de Tomar, que agora retribui a amabilidade, numa atitude louvável.
Reparem na sobriedade da vestimenta da nossa presidente, nas escolha das cores, no tamanho da saia e no tacão!!!! Será este look profissional???!!!! Nós vamos a uma agência bancária, que é um sítio onde se exige profissionalismo, e vemos as funcionárias bancárias vestidas assim????!!!! Fica a observação, Deus lhe dê muita saúde e também bom senso que bem precisa.
ResponderEliminarEstá bem visto, Helder. Escapou-lhe contudo o detalhe das mãos nos quadris, estilo cabo de forcados em plena arena. Mas julgo que foi tudo com a melhor das intenções: criar empatia, no bom sentido ensinado pelo tio Cèlito que está em Belém. Se a senhora presidente tem aparecido vestida de preto, de cinzento ou de azul escuro, e com camiseiro branco, as criancinhas abalavam logo a fugir. Pensavam que era mais uma catequista...
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