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Política local - vacinação - autarquia - informação
Dar o dito por não dito e culpar os outros em vez de assumir
Estive a ouvir a intervenção da srª presidente da câmara sobre a mudança do centro de vacinação. Já não muda para Santa Iria. Muda para o Sporting de Tomar. É menos religioso e mais desportivo. E continua em casa, que a sede do clube pertence ao Município, tal como o pavilhão da Fonte do Choupo.
Gostei de ver e ouvir a nossa líder municipal. Tem muito boa presença, já com alguns sinais dos anos, é boa oradora, usa frases simples mas adequadas, e o tom é convincente. Infelizmente, tem tendência para esquivar responsabilidades, embora colocando-se sempre no âmago da acção, que é como quem diz das decisões. Inadvertidamente decerto. Ou seja, deduz-se que estava lá, mas garante que não estava.
Ao longo de 12 minutos, com uma única intervenção inicial do jornalista, gravada posteriormente para contextualizar a peça, a srª culpou implicitamente os da DGS, vulgo especialistas da saúde, sem contudo explicitar porque escolheram o ginásio da Santa Iria. O que é estranho. Referiu que foi a opção da DGS. Mas porquê? Porque gostaram muito da cor dos caixilhos da janelas, por exemplo?
Cá para mim, os do ACES limitaram-se a aprovar a escolha que antes lhes fora submetida, sabedores de que a líder do Médio Tejo poderá gostar de muita coisa, de ser contrariada não.
Se a culpa dos "especialistas da saúde" foi apenas implícita, na intervenção visando esclarecer o assunto também houve culpados apontados a dedo. E de que maneira. Até o tom se tornou mais azedo. E vá de lamentar que os país tenham resolvido envolver crianças no protesto, porque essas "devem continuar a ser crianças". Seguiram-se as malvadas redes sociais, que não servem para dialogar, porque o diálogo deve fazer-se directamente, sentados a uma mesa, disse a srª. Então e quando se procura dialogar e a maioria PS nem sequer responde, como vem acontecendo também noutros casos, qual é o caminho a seguir? Continuar a falar sozinho, para depois ser acusado de estar a ser vítima da idade, por exemplo, ou de dramatizar em excesso?
Em vez de admitir o fracasso, pedir desculpa e prometer que vai procurar mudar de via, a srª deu mostras de preferir acusar, apontar o dedo e lastimar que tenha havido intervenção de duas entidades cívicas que não controla -as crianças e as redes sociais. Toma-se nota e lamenta-se. Aproveitando para citar Bertold Brecht: "Do rio que tudo arrasta, se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem."
" NINGUÊM É MAIS FORTE DO QUE EU "
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