Política local - turismo - proposta PSD
UMA BOA IDEIA EM MÁ ALTURA
Confirmando uma mudança de estilo, a nova oposição PSD já começa a chegar-se à frente, visando mostrar a diferença em relação à maioria socialista. Assim, o vereador Luís Francisco lançou a ideia de uma rede concelhia de ciclovias e percursos pedestres, supõe-se que implicando todas as freguesias:
Ignoro se a maioria PS, pouco habituada a essas coisas, a virá ou não a aprovar e depois implementar. É pouco provável. Em qualquer caso, pode-se dizer que é uma boa ideia, em má altura. Boa ideia, porque, mais tarde ou mais cedo, é por aí que teremos de ir, por iniciativa própria ou forçados pelo desenvolvimento imparável do turismo amigo do ambiente.
Em má altura, porque fora do lugar que lhe virá a caber numa futura tabela de prioridades concelhias. Porque as verbas europeias não chegam para tudo, e tenderão a reduzir-se com o tempo. Porque todos esses novos recursos exigem depois manutenção, ou seja despesas fixas e permanentes. A pagar por quem? Pelos do costume?
Com efeito, para que poderá servir tal rede, se entretanto não for estancada a fuga da população? Se não forem criadas as estruturas de acolhimento de turistas, que tanta falta fazem já? Só para ornamentar? Para servir os poucos ciclistas e caminhantes do concelho?
Certamente que não. Mas os turistas poderão estacionar onde? Acampar onde? E os caminhantes? Onde poderão armar a tenda, na área urbana? Onde estão os parques de estacionamento para autocarros que os transportem até cá? Onde está a sinalização turística indispensável? Onde estão os profissionais competentes nessa área, ao serviço da comunidade?
Na minha opinião de antigo profissional com formação académica na área, de pouco adiantará implementar no terreno estruturas que posteriormente terão pouca utilização, ou que, pior ainda, se venham a revelar inadequadas, na sequência da elaboração e aprovação de um plano local de turismo, que terá forçosamente de aparecer, quanto mais depressa melhor.
Como bem deve saber o autor desta ideia, que é um conhecido docente do ensino superior politécnico, os improvisos são aceitáveis, e até podem ser excelentes, desde que devidamente preparados. A improvisação permanente, tal como praticada pela actual maioria autárquica, já mostrou os seus limites. E não resolve os cada vez mais numerosos problemas locais.
A ideia é boa, mas primeiro que tudo .. são 2 assuntos distintos , um relacionado com a mobilidade (ciclovias) e outro mais com turismo (pedestrianismo).
ResponderEliminarNas ciclovias, os políticos tendem a ir atrás da moda (já vista com as rotundas), mas esquecem-se de coisas muito mais simples e básicas (ausência de passeios, áreas de descanso, iluminação pública, estradas municipais e locais sem manutenção, sinalização).. que servem os turistas, mas desde logo os residentes!
Como se pode ver de alguns exemplos acima, ciclovias é o menor dos problemas (análise custo-benefício)...
Sobre percursos pedestres, querem mais percursos, mas nem nos "internacionais" investem, Caminhos de Santiago e de Fátima (https://hiking.waymarkedtrails.org/#?map=13!39.5951!-8.4111)
Também não é preciso embarcar em saloiices com estruturas em madeira caríssimas, de difícil manutenção e até sujeitas a riscos desnecessários como fogos e cheias (até a do Agroal tem lá troços perfeitamente escusados).
No caso do Nabão, o que é preciso é limpeza (mantendo a galeria ripícola), e acima de tudo algumas travessias pedonais, em madeira.
De resto.. está cá tudo é melhorar e não estragar (quem fez este percurso sabe do que estou a falar):
https://www.youtube.com/watch?v=ZFWjvPY1Znc
Nota final sobre a ausência de Plano de local de turismo: há 2 anos atrás a CM de Tomar "lançou" um pedido de consulta aos cidadãos (https://www.mediotejo.net/tomar-cidade-vai-por-em-pratica-um-plano-de-hospitalidade-turistica/ ) sobre um dito Plano de Hospitalidade Turística.. Aqui o jovem enviou uma exposição com várias sugestões, enfim o melhor que podia e sabia.
Não obtive NENHUMA resposta, nem sequer aos vários emails a pedir confirmação de recepção (uma entidade pública que recebe correspondência e mesmo a pedido não confirma recepção.. estamos conversados).
Desse plano nem vê-lo, e mais umas largas dezenas de milhares de euros pelo cano.. que entregues às Juntas, já dava para a limpeza de caminhos.. pedestres