quarta-feira, 17 de novembro de 2021

 


Politica local - Autarquia

A vidinha do costume... (em letra minúscula, como a vidinha em Tomar)

Quem vive longe, segue o que se passa no berço através da informação escrita e ilustrada, mas também graças a achegas de amigos próximos. É o caso de quem escreve estas linhas, muito preocupado com as notícias mais recentes.
Na sequência da saudável polémica sobre o debate na AM da nova versão do PDM, o PSD publicou um comunicado, com duas acusações muito graves. Uma explícita, outra nem tanto. Comecemos por esta. Ao escrever que o vice-presidente Cristóvão não se mostrou à altura durante o debate, enquanto delegado da presidente, os laranjas questionaram implicitamente tal escolha. Porquê? Preparação prática para futuras responsabilidades, quando Anabela Freitas já estiver na AR (ou até no governo)? Simples passa-culpas da presidente? Divergências insanáveis no seio da maioria PS?
A outra acusação foi bem clara: Segundo a oposição PSD, a maioria PS mostrou que não tem planos para a futuro de Tomar e do concelho. Realmente assim parece, pois quando uma líder concelhia anuncia como principais objectivos para o mandato, alojamentos a custos controlados e arranjo das margens do rio, mais comentários para quê? Não tardará muito, mas por enquanto ainda não somos uma vila a caminhar para aldeola.
Estranho, muito estranho mesmo, é o facto de não haver reacção oficial a tais acusações, -apesar de ser público e notório que os laranjas tão pouco têm planos para o concelho- o que produz um duplo efeito. Por um lado, mostra que a maioria trata a oposição com desdém, não lhe atribuindo de facto qualquer importância, para além da utilidade ornamental, como se já estivéssemos numa ditadura. Por outro lado, ao desprezar a oposição, a ponto de nem sequer lhe responder publicamente, a maioria PS está a provocar o efeito contrário ao pretendido. Dá credibilidade às acusações, de que é alvo.
Mas a falta de explicações aos eleitores é usual nesta maioria PS. A  recente vandalização da ex-Estalagem de Santa Iria, trouxe de novo para a actualidade a questão da recuperação daquele outrora conceituado estabelecimento hoteleiro, encerrado vai para quatro anos. Segundo Hugo Cristóvão, que detém o pelouro da obras e urbanismo, ultrapassados os obstáculos, as previstas obras de remodelação deviam ter começado em Abril deste ano. Não começaram, como se sabe, e agora até já partiram vidros, além de outras malfeitorias. 
Apesar disso, continua a não haver explicação oficial. Porque não começam as obras? Apareceram novos obstáculos? Aguardam a aprovação final do PDM? A revisão do plano de pormenor da zona? As escorrências, prévias à concessão da licença de obras? Os concessionários entretanto mudaram de agulha, e agora procuram revender? Porquê?
Outro tanto acontece com o antigo Convento de Santa Iria. Adjudicado ao conceituado grupo hoteleiro Vila Galé, em condições que não convenceram toda a gente, apareceu depois uma providência cautelar, que foi aceite pelo poder judicial. 
Surgiu agora n'O Mirante, (por mera coincidência, como é óbvio), uma notícia da qual consta que o grupo Vila Galé tenciona iniciar as obras de construção do novo hotel, no segundo trimestre de 2022. Ou seja, em Abril, tal como no caso da Estalagem. Só o ano é que entretanto terá mudado. A pergunta impõe-se: A providência cautelar, que suspende a adjudicação, já foi ultrapassada? Por quem? Quando? Como? Porquê?
https://omirante.pt/economia/2021-11-15-Vila-Gale-quer-obras-no-Convento-de-Santa-Iria-no-segundo-trimestre-de-2022-b599dca7
Outra questão que está a causar alguma celeuma, entre os poucos que acompanham eficazmente as questões locais, é o protocolo celebrado entre a autarquia e uma nova ordem dos templários. Nele se estipula que o Município cede à referida entidade privada o edifício denominado Casa dos Tectos, de propriedade municipal, para nele vir a ser instalado um "Museu templário" privado.
Também aqui falta informação cabal por parte da autarquia, designadamente sobre a data e as condições da cedência, o espólio e a administração do futuro museu, a fiabilidade da nova ordem templária, tendo em consideração alguns antecedentes, bem como a idoneidade do signatário, levando em consideração anteriores episódios pouco abonatórios, que são do domínio público.
Para os leitores menos informados sobre os meandros locais, o representante da referida nova ordem dos pobres cavaleiros, é o concessionário da cafetaria do Convento, da cafetaria do parque de estacionamento da Cerrada dos Cães, (onde é a sede oficial da dita ordem dos pobres cavaleiros, sob a nova designação de Terreiro de D. Gualdim Pais), e do quiosque da Várzea grande, que não há meio de abrir. Porque será?
É inverno, sendo portanto normal o céu cinzento. Parece-me contudo que o cinzento é cada vez mais escuro, o que só pode ser mau prenúncio para os tempos que se avizinham. O povo também vai acabar por se fartar perante tanta asneira. 
Só falta saber quando.

4 comentários:

  1. Não há duvida que o pobre cavaleiro se encontra muito bem relacionado com as damas da corte, já assim foi com a diretora do convento, enfim coisas de cavalaria.

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    1. Honni soit qui mal y pense. Preceito da Ordem da Jarreteira.

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  2. O veiculo automóvel ( Mercedes topo de gama ) em que o pobre cavaleiro Templário se faz deslocar terá mais de 200 cavalos !!!
    Será assim tão pobre este cavaleiro Templário ?
    Coitadinho o Rui Salvador ao pé deste será um sem abrigo!!!

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  3. E é tambem Presidente da ACITOFEBA...aguardemos pelo destino que terão os 600 mil euros, que resultaram da visita do Papa...

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