quinta-feira, 4 de novembro de 2021

 

Foto Tomar na rede, com os nossos agradecimentos

Autarquia - obras - economia local

Gente que não se enxerga? 
Especialistas em compra de votos?


Consta-me que reina o contentamento, nalguns casos até eufórico, perante a conclusão da obra camarária da margem esquerda do rio, frente ao mercado municipal. Trata-se de mais um exemplo de obra ornamental, para encantar parolos, embora neste caso com uma inovação. Foram instalados alguns pesqueiros, que devido à conhecida inveja tomarense, já provocam reclamações, por serem insuficientes, dada a evidente modéstia do empreendimento. Que são 230 metros, na margem de um rio com dezenas de quilómetros de extensão? 
Em vez de exigirem à câmara máscaras eficazes, capazes de obstar ao cheiro pestilento e pouco saudável que vem da água, começaram a esgadanhar-se, como é hábito quando há política de mais a mim, mais a mim, conforme tem sido o caso em Tomar.
Mas o meu ponto agora é outro. Deixo essa questão dos pesqueiros para a selecta clientela do Face, e mudo de agulha. 
Refiro-me à evidente falta de bom senso dos autarcas que nos deviam governar e afinal nos vão arrastando para a ruína final. Numa terra onde ainda há ruas do centro histórico sem separador de esgotos e emissários a correr para o Nabão. Ou então uma ETAR a tratar água da chuva no inverno. Numa terra onde há centenas de habitantes com receio de sair de casa e andar a pé, por não disporem de passeios frente ao seu lar, como acontece em Carvalhos de Figueiredo, na Borda Estrada, ou nas Algarvias, por exemplo. Numa terra em que todos os anos no Verão milhares de turistas desesperam para encontrar um lugar onde parar o carro, o mais próximo possível do Convento, acabando nalguns casos por ir-se embora sem visitar o monumento, por falta de estacionamento. Que raio de prioridade é essa de andar a fazer pistas cicláveis, quando há tão poucas bicicletas, ou insistir em ornamentações urbanas e/ou na margem do Nabão? O dinheiro não chega para mais? E chegou para gastar três milhões a enfeitar a Várzea grande? E chega para gastar 600 mil euros com os Tabuleiros? E chega para comprar a informação local? E chega para os eventos musicais gratuitos? E chega para os 750 mil euros anuais de subsídios a colectividades?
Para não cansar demasiado certas cabeças, uma pergunta simples: Será mais sensato e benéfico para a saúde pública gastar 500 mil euros anuais com eventos culturais, ou empregá-los na modernização da rede de saneamento do núcleo histórico?
Julgava eu, reles cidadão contestatário, que vivendo nós em democracia, seríamos governados por políticos, mais à esquerda ou mais à direita, mas tendo perfeita consciência do que vão realizando e das respectivas prioridades. Verifico agora, com mágoa, que estava equivocado. Estamos a ser levados para a ruína por um grupo de artistas, especialistas em compra de votos, doa a quem doer. As prioridades que se lixem. Importante mesmo é a reeleição. Doravante a de 2025, salvo qualquer imprevisto.
Dantes, com papas e bolos se enganavam os tolos. Agora é mais com eventos, subsídios e obras ornamentais. Ninguém pára o  progresso. Nem mesmo os autarcas nabantinos!

Sem comentários:

Enviar um comentário