terça-feira, 16 de novembro de 2021

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Política local - Campanha de compras de Natal

Gente rica (com dinheiro alheio) é outro nível!

Actualização, às 10H00 de 17/11/2021: Por favor leia a nova Adenda 2

Há que dar  sempre razão a quem a tem! Bem dizia a srª vereadora Filipa Fernandes, justificando a nova edição,  que no ano passado a sua iniciativa Tomar Natal é no comércio local foi um sucesso, replicado em diversos outros concelhos. Relata O Mirante que a câmara da Azambuja, distrito de Lisboa, acaba de lançar pela segunda vez a campanha Natal é no comércio local:
Como se pode ler, os autarcas azambujenses resolveram sortear, durante a quadra natalícia, cinco vales de 100 euros em compras nos estabelecimentos locais. Para poder participar no sorteio, os interessados devem obter cupões para o efeito,  nos estabelecimentos aderentes, na proporção de um cupão por cada dez euros de compras, havendo um limite máximo de dez cupões por factura.
Em resumo, a Câmara da Azambuja vai atribuir por sorteio um total de cinco vales de compras de cem euros cada, a efectuar no comércio local até 28 de Fevereiro de 2022. Por conseguinte, uma despesa camarária global de 500 euros.
Comparativamente, a Câmara de Tomar, socialista como a da Azambuja, atribuiu 100 mil euros para a campanha Tomar Natal é no comércio local deste ano, tal como já fez no ano anterior. Dado que o concelho de Azambuja tem 17.597 eleitores inscritos, e o de Tomar 33.892, apenas o dobro, por conseguinte, a conclusão pode variar, mas irá sempre no mesmo sentido: 
1 - A Câmara de Tomar é rica, com o dinheiro  dos contribuintes, e gente rica é outro nível, pelo que se aceita o gasto de 100 mil euros com os comerciantes locais.
2 - A Câmara da Azambuja é uma autarquia de "agarrados ao dinheiro", tipo tio Patinhas. Para gastarem apenas 500 euros com o comércio local, 200 vezes menos que em Tomar, mais valia estarem quietos. Ficavam melhor na fotografia.
3 - Dado o enorme fosso, quase um rio Amazonas, entre as duas ajudas autárquicas, deduz-se que a crise dos comerciantes deve ser muitíssimo mais grave em Tomar que na Azambuja. Ou não?
4 - Têm razão aqueles que em Tomar criticam os desavergonhados que acusam a maioria PS local de ter andado, e continuar, a comprar votos. Como se constata, comparando com a Azambuja, só pode ser uma calúnia! E das grandes! Duzentas vezes maior que na Azambuja, que tem metade da população de Tomar. Poleiro, a quanto obrigas!

ADENDA
Tudo tem afinal a sua explicação. O PS obteve resultados percentualmente idênticos na Azambuja (3.672 votos, 39,76%) e em Tomar (7.157 votos, 39,70%). A grande diferença, que lhe permite repetir este erro descomunal, é que em Tomar elegeu 4 vereadores, contra 3 do PSD. Pode portanto fazer o que entende. 
Já na Azambuja o PS ficou-se pelos 3 vereadores, contra 4 da oposição (2 PSD/CDS/PPM/MPT, 1 CDU e 1 Chega). Os socialistas são assim minoritários no executivo municipal, estando portanto obrigados a respeitar a vontade da oposição. O que explica os cinco vales de compras de natal, de cem euros cada, em vez do escândalo de 100 mil euros de vales de compras de natal em Tomar, apesar do voto contra da oposição.
É um belo exemplo prático do axioma político bem conhecido por essa Europa fora: "O poder absoluto corrompe absolutamente." Oxalá os tomarenses ainda não se tenham esquecido em Janeiro próximo.

ADENDA 2
A confirmar os excelentes resultados desta e de outras iniciativas socialistas desde 2013, início do actual reinado, os cadernos eleitorais não enganam, tal como no célebre anúncio do algodão, na TV. De acordo com os números oficiais do MAI, nos últimos 8 anos desapareceram do concelho de  Tomar 3.418 eleitores. Durante o mesmo período, desapareceram do concelho da Azambuja apenas 14 eleitores. O concelho da Azambuja tem metade da população do concelho de Tomar. Assim, em igualdade de circunstâncias, o concelho de Tomar devia ter perdido apenas 28 eleitores, em vez dos quase três mil e quinhentos. 
Mais informações, ou estão esclarecidos?

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