domingo, 7 de novembro de 2021

 "A sondagem da Católica, com inquéritos realizados entre 29 de outubro e 3 de novembro, atribui 39% das intenções de voto ao PS. O PSD é o partido que se segue com 30% , depois o BE com 7% e CDU, Iniciativa Liberal e Chega empatados com 5%. No fim, surge o PAN com 3%, à frente do CDS que se fica pelos 2%."  (EXPRESSO online, 06/11/2021)

Eleições legislativas - Sondagens

A VOZ DO DONO A NÍVEL NACIONAL

Tomar a dianteira 3 raramente mete a foice em seara alheia, em termos geográficos. Considera que o seu território é Tomar e a sua região, o que conduz a nunca tratar assuntos nacionais, ou internacionais. Abre agora uma excepção, para denunciar um escândalo de enormes proporções, que a grande informação não denuncia porque está comprada, ou de alguma forma comprometida. E porque somos um país de gente acomodada, que a tudo se cala.
Estão em causa as sondagens, e de que maneira! Como se sabe, nas recentes autárquicas, há pouco mais de um mês, as mais prestigiadas instituições de sondagens falharam clamarosamente na eleição de Lisboa. Apesar de se tratar de um modesto universo eleitoral, quando comparado com as grandes metrópoles europeias, apenas 476 mil eleitores inscritos, dos quais votaram 243 mil, todas as sondagens foram unânimes: vitória do candidato Medina-PS, sem maioria absoluta.
Foram até mais detalhados. Concluíram que Medas-PSD tinha recuperado alguma coisinha, mas estava mesmo assim a mais de nove pontos percentuais. Afinal, contados os votos, Moedas ganhou e foi uma bronca das antigas, mesmo se logo abafada por inconveniente.
Ou devia ter sido uma bronca. Porque os que erraram estrondosamente vieram garantir que não senhor. A culpa não era dos sondadores, mas dos sondados, que entretanto tinham mudado de opinião. E que, de qualquer modo, cada sondagem é um retrato da realidade, mas só na data em que foi feita
Chumbado o orçamento e marcadas as eleições antecipadas, os mesmos que erraram em Setembro já vieram contribuir, mais uma vez, para o esclarecimento público. Duas sondagens, entretanto publicadas nos suportes de maior prestígio e difusão, asseveram que "vai ficar tudo praticamente na mesma". Mostram que o PS vai ganhar "sem maioria absoluta" e, curiosidade, tal como Moedas-PSD, agora é o próprio PSD que aparece a 9 pontos percentuais do PS. Será sina nossa?
O que isto mostra, é que se trata de propaganda partidária reles, paga a bom preço. Porque se nem conseguiram vaticinar a vitória PSD em Lisboa, num universo de meio milhão de eleitores inscritos, que credibilidade esperam ter agora, mês e meio depois, com um universo de 9 milhões de eleitores? Proclama a publicidade da Santa Casa que "É fácil, é barato e dá milhões." As sondagens também dão milhões a quem as faz, mas, ao contrário dos jogos Santa Casa, não são baratas nem fáceis.
Tudo parece indicar, portanto, que estamos perante uma convergência nefasta, com os alegados especialistas em previsões a agirem em função de dois eixos:
Eixo A - Confundem aquilo que desejam, com a própria realidade factual. Prevêem aquilo que querem que aconteça.
Eixo B - Apressam-se a publicar aquilo que os donos que pagam querem ler/ouvir, escamoteando o que não convém.
Assim se explica a pressa em anunciar a provável vitória do PS nas próximas legislativas, ainda antes das directas e do congresso do PSD. Ou seja, ainda nem se sabe quem serão os candidatos, nem sequer o potencial pretendente laranja a primeiro-ministro, e já anunciam a vitória do PS, sem maioria absoluta. Como se os eleitores votassem em função das sondagens, e não tendo em conta os candidatos, os programas e a campanha eleitoral. Quando a realidade é adversa, inventa-se uma realidade mais amiga! É para isso que se recebe.
Se dúvidas subsistem, atente-se no facto de os mesmos oráculos, que não são de Delfos, até já terem avançado também com a previsão da vitória de Rui Rio, no próximo confronto interno com Paulo Rangel. Só faltou especificar a tal diferença de 9 pontos percentuais, que, como já vimos mais acima, fica sempre bem.
Face a tudo isto, dado estarmos num país de brandos costumes e gente pachorrenta, vai cair mal a minha conclusão, demasiado agreste. Mesmo assim, porque pago impostos para poder falar à vontade, ela aí vai: Tenham vergonha e dediquem-se à agricultura biológica, em vez das sondagens, dado que já estão habituados ao esterco!

1 comentário:

  1. Acredito numa vitória PS e que vai ficar tudo na mesma. O PS está sempre a prometer aumentar o salário mínimo, nem que para isso o custo de vida suba de forma desmesurada, e não são só os combustíveis, a inflação vai aumentar, ou seja mesmo com o aumento do salário mínimo às pessoas irão ficar piores. E também o candidato PSD Rui Rio não ajuda, ele não consegue "seduzir" o eleitor, ele não tem jeito para a coisa, já lá não devia de estar. Eu até concordo com as ideias dele mas ele não tem capacidade de atração do eleitor. O Paulo Rangel também não serve, ele que também não tendo capacidade para "atrair" o eleitor agora que assumiu a orientação sexual ainda pior, a sociedade portuguesa é muito homofóbica, ele jamais ganharia. Talvez se o Passos Coelho voltasse ganhasse, como já ganhou no primeiro governo da geringonça.

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