Autarquia -saneamento - taxas - oposição
Os eleitos da oposição são todos surdos, cegos e mudos?
A informação local vendeu-se definitivamente?
A CDU acaba de solicitar algumas informações ao presidente da AM, a respeito da Tejo Ambiente. É a tarimba do mais antigo partido português -o PCP- ainda no activo, a funcionar. Aproximam-se eleições, num contexto extremamente difícil para a extrema esquerda, pelo que convém dar sinal de vida. Protestos, greves, perguntas incómodas... Ainda bem!
Saúda-se a notável excepção, pois em relação a todos os outros oposicionistas, a pergunta do título é pertinente: São ou fazem-se surdos, cegos e mudos? Até quando?
Outro tanto se diga da informação nabantina em geral, mas aí por três razões conhecidas, salvo uma ou outra excepção. Quais são essas razões? No meu modesto entendimento são três: Falta de vontade, falta de coragem e falta de meios (humanos e materiais).
Uma das situações mais chocantes, das muitas existentes no concelho, é a dos consumidores que há décadas andam a ser deliberadamente enganados pela autarquia. Pagam nos recibos da água a taxa de tratamento de esgotos que não são tratados.
Refiro-me aos moradores na Rua Joaquim Jacinto (2 terços), Rua Aurora Macedo, Rua do Teatro, Rua do Pé da Costa de Baixo e Largo do Quental. Estas centenas de moradores do núcleo histórico, a pouco mais de cem metros dos Paços do concelho, continuam com a rede de água e saneamento sem qualquer renovação, para além das inevitáveis reparações das múltiplas roturas.
A rede de água data de 1937. Tem portanto 84 anos. E canalizações de amianto, material agora proibido em toda a União Europeia, por ser fortemente cancerígeno.
Quanto à rede de saneamento, é de colector único, estilo idade média: uma laje de cada lado, uma por baixo e uma por cima. Sendo único, recebe tanto os efluentes das sanitas como os dos lava-loiças, ou das sarjetas da rua. Nestas condições, custa a crer que tais emissários estejam ligados à ETAR. Se assim fora, teríamos a estação de tratamento de esgotos a tratar sobretudo água da chuva durante uma parte do ano.
Tudo parece apontar portanto para uma situação escandalosa: Há décadas que os consumidores andam a pagar, e a câmara a receber, uma taxa que afinal nem é devida, pois o serviço que cobra não é prestado. Custa assim tanto a perceber?
Porque será então que nem as forças da oposição, nem a maioria instalada, nem a informação local, se preocuparam alguma vez com tão anómala situação? Pelo menos umas perguntinhas inoportunas, para apurar de uma vez por todas qual é a situação, e por que não se fazem as obras necessárias. Porque não são obras para ornamentar, uma vez que ficam enterradas?
Declaração de interesses
O meu domicílio fiscal continua a ser na Rua Dª Aurora de Macedo. Sou portanto uma das centenas de vítimas que são forçadas a pagar um serviço que não lhes é prestado. Já denunciei a situação nestas colunas por diversas vezes, até agora sem resultado. É como acima se diz. Cegos, surdos e mudos, a que convém acrescentar, mas muito felizes com as benesses camarárias "gratuitas". Basta pensar no resultado eleitoral.
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