sexta-feira, 12 de novembro de 2021

 


Desenvolvimento do turismo em França

"O turismo francês lança uma operação de "reconquista"

"A recepção dos grandes patrões do sector turístico pelo presidente da República, Emmanuel Macron, foi ocasião para auscultar as fraquezas da França, que durante muitos anos viveu apoiada em Paris e na Côte d'Azur.
Quarenta minutos de discurso presidencial para fixar um rumo. Uma tarde no palácio da Marinha para insuflar de novo vento nas velas. A indústria do turismo, que acaba de sair da crise sanitária, obteve no passado dia 4 a confirmação do seu regresso ao centro das preocupações governamentais. O seu peso específico na economia francesa -7,4% do PIB, dois milhões de empregos directos e indirectos- apareceu em pleno, logo no princípio da pandemia, mas a fileira sentiu-se negligenciada, sem ministro próprio, nem estratégia legível para a fazer crescer.
Se os milhares de milhões de euros de ajudas diversas durante os últimos 18 meses deixaram o patronato satisfeito, a recepção no palácio presidencial enche de orgulho os patrões do sector. E depois houve também o anúncio pelo presidente do "Plano de reconquista do turismo", que será apresentado em 15 de Novembro. Mesmo se algumas vozes denunciaram a ordem de prioridades e a presumível impreparação da prevista cimeira Destination France e do plano governamental.
Apesar de tudo, abundam as comparações com o "momento Laurent Fabius", quando este ministro dos negócios estrangeiros de François Hollande se apaixonou pelo sector do turismo, fixando então um objectivo de 100 milhões de visitantes internacionais por ano. (O contador parou nos quase 90 milhões em 2019, seguindo-se a pandemia). "Era a primeira vez, desde há 30 anos, que um tenor da política se virava para o turismo", lembra Dominique Marcel, presidente da Compagnie des Alpes e da Alliance France, dois pesos pesados do turismo tricolor. "O momento que estamos a viver é uma nova ocasião para inovar. O governo e os cidadãos tomaram finalmente consciência que o turismo é um desafio essencial para a economia e para o país."

Clément Guillou, Le Monde online (só para assinantes)

(A crónica do Le Monde é muito mais longa, como habitualmente. São 7 páginas A4, com uma foto e vários gráficos. Pode-se enviar, na versão original, a quem peça.)

Enquanto isto, em Portugal e em Tomar, o turismo vai como calha ir, com as autoridades responsáveis focadas noutros assuntos. Na capital e arredores, anda tudo entretido com as eleições, as lideranças partidárias e a constituição das listas de candidatos a deputados. Turismo? Fica para as próximas férias.
Já em Tomar, o debate é agora sobre nova revisão do já revisto plano dito director municipal, na realidade uma encrenca do tamanho do concelho, segundo muitas opiniões. 
E quanto ao turismo? Quanto ao turismo local, maioria e oposição acusam-se  mutuamente de não  haver planos de desenvolvimento, nem para a cidade nem para o concelho. Todavia, a mostrar que é só treta, quando alguém lhes propõe para debate um plano local de desenvolvimento turístico, uns não respondem, outros recusam. 
Entretanto, em vez de implementarem estruturas de acolhimento, os autarcas preferem insistir na compra de votos para Janeiro, subsidiando o consumo na época de Natal. Oferecem vales de compras por metade do preço. Uma despesa prevista de 100 mil euros (5 euros por contribuinte de IRS).
Tomar é uma grande terra, apesar de tudo. Melhores tempos hão-de vir. Quanto mais não seja porque "precisão a quanto obrigas". Os diamantes são eternos, mas os fundos europeus não, e exigem planos que não há. É só ir dando tempo ao tempo.

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