terça-feira, 17 de outubro de 2023



Tabuleiros, hotelaria e turismo

Promovem Tomar, mas pouco


A parte "Convento velho" do Hotel Vila galé - Tomar, foi inaugurada antes da Festa dos tabuleiros, o que se compreende. A empresa pretendeu aproveitar o efeito promocional da principal festa local, que este ano foi a mais cara do país paga pelos contribuintes, se exceptuarmos as JMJ, com a presença do papa Francisco.
Manifestação muito querida de todos os tomarenses, incluindo o autor destas linhas, a Festa grande nabantina envolve muita gente, mas desde há muito que perdeu o seu principal objectivo -dar de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede- para se transformar num importante cartaz turístico a nível nacional. Isso mesmo reconhecem os habituais membros da comissão central, que quando questionados sobre a utilidade real duma festa tão  cara, respondem invariavelmente que "Serve para promover Tomar e cumprir a tradição".
Cai-se assim numa situação comparável à dúvida sobre a existência de Deus. Ninguém consegue demonstrar que existe, ou o oposto. Há apenas indícios. No caso dos tabuleiros, torna-se ainda mais complexo, pois além de não se conseguir determinar se promovem ou não, o ideal seria depois precisar em que percentagem, caso antes se tenha concluído que há mesmo promoção, como é plausível.
Estava-se nisto, quando aconteceu a inauguração do "Convento novo" do Hotel Vila galé -Tomar. Ao que se leu, foi uma coisa em grande, com comezaina, como não podia deixar de ser, tratando-se de uma unidade hoteleira de prestígio. Entre a sobremesa e o café, como é uso escrever-se lá para as bandas do Sena, houve discursos, naturalmente eufóricos, do dono do hotel, do presidente da Câmara e do Secretário de Estado do Turismo.
Inesperadamente, com aquela saudável franqueza que o caracteriza, Rebelo de Almeida, PDG da empresa hoteleira Vila Galé, avançou que "a taxa de ocupação nos primeiros meses não foi brilhante, mas o grau de satisfação é muito elevado". Temos assim, dito por quem sabe do que fala, que apesar dos tabuleiros,  a taxa de ocupação ficou muito aquém das expectativas, em plena época festiva. O que significa, bem vistas as coisas, que os tabuleiros são bem capazes de promover Tomar, todavia muito menos do que o imaginado pelos entusiastas da festa. O que coloca na ordem do dia, ou devia colocar, o debate sobre os custos/benefícios dos tabuleiros e a sua inevitável reformulação, naturalmente no mais estrito respeito pelo outro grande objectivo apregoado até à exaustão -cumprir a tradição. Será desta que vamos deixar de nos comportar como os muçulmanos islamitas, que obstinadamente recusam tudo o que não seja a "charia"?
A propósito: As contas finais da festa, bem documentadas, bem explicadas e se possível auditadas, são para quando? Antes do Natal ? Ou das próximas autárquicas?



6 comentários:

  1. Jorge Rebelo de Almeida como gestor de sucesso que é estará a pensar .
    Não me safo com o grau de satisfação ,com os quartos e os restaurantes a 70% talvez , mas isso fica para Elvas ou Braga mesmo sem as Festas de Tomar .
    Ou seja ,quis dizer que por aqui é tudo muito popularucho ,muito povo , muita finesse, mas dinheiro na caixa ( que é com isso que se compram os melões ),nicles !
    Lá está como também afirmou ,terá que trazer turistas do Brasil e da América ,talvez até mais do que tinha pensado pois contava com mais turistas tugas que afinal não aparecem !

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    1. Ter-lhe-ão garantido que os tabuleiros arrastam milhões, mas foi um lapso vocabular. Queriam dizer que os tabuleiros custam milhões.

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    2. Professor, espero que se encontre bem. Eu acho muito positivo que a vila Galé tenha vindo para Tomar, acho que é uma excelente empresa e é de louvar a criação de 50 postos de trabalho. Cada vez me surpreende mais a atração de investimento turístico de categoria para Tomar, fico a pensar como é que é possível???!!! Como é possível haverem em Tomar meia dúzia de hotéis de luxo, eu considero as unidades de quatro estrelas como sendo de luxo, numa cidade (se lhe podemos chamar isso) do interior. E Tomar já tem meia dúzia!!! E o vila Galé com 100 quartos???!!! Os Templários com mais!!! Incrível!!!
      Eu às vezes 'cago postas de pescada' aqui no blogue do Professor e a malta pode achar que eu tenho a mania que sei tudo mas meus caros enganam-se. Eu acho que não sei nada. E eu sou um trabalhador fabril, eu não sou uma pessoa de sucesso. Cresci em Tomar e conheci pessoas que não eram brilhantes na escola e que se meteram na política e hoje estão muitíssimo melhor do que eu e agora, a entrar na meia idade penso assim: "estes gajos é que são espertos, eu sou um ganda burro ".... E também conheço malta que se arma aos cágados no Facebook mas que são uns tristes e não têm um tostão.

      Por acaso o Professor sabe quando é que este investimento de 15 milhões de euros teve de comparticipaçâo dos fundos europeus? Eu tenho muita curiosidade em saber. E sabe que contrapartidas tiveram a air liquide, a softinsa e a critical software para irem para Tomar? Eu também tenho muita curiosidade em saber.

      E espero que o Vila Galé tenha muito sucesso e que retorne algum desse sucesso a Tomar, ao contrário das empresas de software que, pelo menos que eu saiba, mas posso estar enganado, não deram nada de volta a Tomar. Eu ás vezes vejo na comunicação social que eles oferecem 500, 1000, 1500, acho que o máximo que eu vi foram 2000 euros de prémios aos alunos do IPT, e isso é de louvar, mas isso é muito pouco. Eu esperava ve-los a reflorestarem a mata dos sete montes, a patrocinarem as equipas do Sporting de Tomar e o União, a oferecerem uma ambulância aos bombeiros, a darem um donativo gordo á Cáritas, no mínimo 10 mil euros. Eu tenho umas pessoas a trabalharem pars mim na remodelação do meu apartamento em Tomar e quando dou gorjeta dou no mínimo 50 euros , tenho vergonha de dar menos do que isso!!! E quando ofereço dinheiro á família dou no mínimo 100 euros!!!Essas empresas têm de dar alguma coisa em troca á sociedade, levam a massa cinzenta do IPT e não dão nada em troca??? Não pode ser!!!

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    3. A sete horas de avião de Lisboa, é-me difícil obter certas informações. Bem gostaria, mas as coisas são o que são. A menos que algum leitor bem informado e bem intencionado queira ter a amabilidade de enviar dados disponíveis.

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    4. Se o Professor alguma vez tiver falta de tema vá ver os investimentos que foram atribuídos ás empresas do concelho e que o Tomar na Rede publicou recentemente, retirados do portal da transparência. A malta de Tomar barafustou muito com a tabela que o TNR publicou também recentemente com as reformas da caixa geral de aposentações mas só eu comentei na notícia com os apoios concedidos ás empresas. Repare que há empresas com mil euros de capital social que se candidataram a 124 mil euros de apoio e receberam mais de 100 mil, 105 871,27 Euros!!! E há mais casos. Há uma empresa que recebeu mais de um milhão e tem 100 mil euros de capital social. O Professor veja quanto é que as empresas receberam para implementar medidas anti- covid e veja se essas quantias lhe parecem razoáveis, meter uns acrílicos, umas cortinas, uns dispensores de máscaras e de álcool gel, etc..., etc.... como é que chega a esses valores???!!! Repare que esses valores não foram para pagar ao pessoal, esses foram para lay off pago pela segurança social. O Professor veja a ligeireza com que os políticos tratam o dinheiro público. O seu amigo Zé Gaio tem um projecto diferenciado, o TNR. Porque é que ele não se candidata a no mínimo uns cem mil euros. Ele aqui há uns anos andava a pedir ás pessoas para apoiarem o projecto. Se sim, se ele se candidatou porque é que ele não recebeu apoios também. Quem controlava os apoios? Como foi constituído o juri do concurso? A Dra Anabela enquanto presidente da CIMT tinha voto???!!! Eram estas questões que eu gostava de ver respondidas e que os deputados dos partidos de protesto e anti sistema, o CHEGA, levasse á assembleia municipal para serem debatidos e ver se (chegam) a conclusões e esclarecem os tomarenses. Anda lá o Américo Costa, um abraço para ele, entretido ás turras com aquele indivíduo do BE, não sei como é que aquilo é professor de história, só diz porcaria, sobre celebrar o 25 de Novembro, se é da restauração da independência, se é de impedir uma ditadura comunista em Portugal, e não se debate o que realmente interessa, o l'argent.... cumprimentos

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  2. Tem razão, aparentemente, para o desabafo, mas como todos sabemos o lucro de qualquer negócio está na compra, e essa foi muito baratucha, não na venda, ninguêm lhe garantiu nada que ele não soubesse, é uma boa maneira de não levantar ondas, afinal não foi tão bom negócio como muita gente anda por aí a dizer, politicos e gestores são muito bons a prometer, mas muito pobres quando é para dar.

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