quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Imagem Rádio Hertz, com os agradecimentos de Tomar a dianteira 3.

Conforme se pode ver na imagem, no Flecheiro também havia pelo menos uma habitação precária bem melhor que algumas permanentes. Não era só acampamento...

Política local

Após as festarolas o triunfo dos gabarolas

 TOMAR – Assembleia Municipal congratulou-se pelo «final das barracas no Flecheiro» | Rádio Hertz (radiohertz.pt)

É agora do conhecimento geral no concelho que a maioria PS gasta excessivamente com eventos festas e festarolas, mas nem sempre assim foi. Bem pelo contrário, os autarcas envolvidos e seus apaniguados tudo têm feito para desmentir essa ideia de exagero, de esbanjar, acusando os que ousam criticá-los, de má-língua e outras más intenções. Enquanto isso, vão insistindo no divertimento à borla para os eleitores, que entretanto já o pagaram e bem, no IRS, IRC, IMI, IVA, Saneamento, Resíduos sólidos, taxa audiovisual e assim. 

Não todos, infelizmente. Há quem tenha ao fim do mês bem mais que o salário mínimo, sem todavia pagar IRS, e também aqueles que pagam mais de água e luz -quando pagam!- do que de renda de casa, atribuída pela autarquia. O que não impede celebrações após os eventos, imagens nas redes sociais, comezainas bem regadas e à borla, ou até um voto de congratulação da Assembleia Municipal, proposto pelo próprio PS. É preciso ter muita lata!
Tudo indica estarmos assim a mudar de paradigma, entrando na era dos gabarolas. Os que vão cumprindo tant bien que mal as suas tarefas corriqueiras, convencidos de que estão praticando actos heróicos, devido à sua mentalidade de cabotinos. Quem não reparou nas fotos de grupo, após as demolições no Flecheiro, ou naquele evento "a festa continua", justamente para comemorar a Festa grande, ocorrida dois meses antes?
Nessa senda, chegou agora a vez de algo antes inimaginável para quem escreve estas linhas. A maioria PS apresentando na Assembleia Municipal (onde está em minoria) uma moção de congratulação pelo sucesso da "operação Flecheiro" (ver link supra). Foi totalmente inesperado e deslocado, vista tratar-se de pura gabarolice, confundindo propositadamente o trivial com o heróico.
Mais inesperado ainda foi o facto da oposição em peso -com a notável excepção do Chega, que se absteve- ter votado a favor da moção gabarola, que naturalmente foi aprovada por larga maioria. Ninguém parece ter-se lembrado da velha máxima bem conhecida "À mulher de César não lhe basta ser séria, tem de parecê-lo", para concluir de antemão que a dita moção não é séria, nem decente, nem sequer aceitável, por se tratar de elogio em causa própria, mais propriamente de auto-elogio, sempre ridículo, sobretudo em democracia plena.
Até o povo, que os eleitos que temos presumem ignorante nestas minudências, tem um dito ancestral que não perdoa: "Gaba-te cesto roto, que vais para a vindima!" 
Entretanto, nos concelhos à volta e em Lisboa, vão gozando com as vicissitudes da bizarra política tomarense, em que a oposição não se opõe, antes colabora, e os partidos de protesto não protestam, antes ajudam os gabarolas. A coisa chega a tal ponto que já lamentam os emigrantes nabantinos, obrigados a deixar Tomar atrás, quando se vão embora. Sem um queixume sequer, porque já começa a ser habitual. 
Rir ainda continua a ser um bom remédio, mesmo tratando-se de riso amarelo, por força das circunstâncias.

Sem comentários:

Enviar um comentário