Política local - Partidos
Os números da desgraça
social-democrata nabantina
Perante a hesitação do PSD, quando se trata de "fazer oposição", ou de anunciar estratégia para 2025, nada melhor que lembrar alguns resultados eleitorais, copiados de autarquicasresultadosmai.gov.pt que não são propriamente muito abonatórios ou animadores para os laranjas locais:
RESULTADOS DAS AUTÁRQUICAS EM TOMAR
PS.................... PSD.......................Diferença
2009...............4.756..................7.959.......................PSD + 3.203
2013...............5,479..................5,198.......................PS + 281
2017..............7.972..................6.817... ....................PS + 1.155
2021.............7.157...................6.248........................PS + 908
Quadro elaborado por TAD3, com dados de autarquicasresultadosmai.gov.pt
Não se tratando de tentar glorificar ou achincalhar qualquer dos dois grandes partidos, ou o estreante incómodo, mas apenas de olhar friamente para os números, o primeiro facto que salta à vista é a estrondosa derrota do PSD em 2013, que perde 2.761 votos em relação a 2009, quando o PS apenas recupera 728 votos durante o mesmo período. Trata-se portanto de um caso de evidente inépcia política social-democrata e não de vitória socialista.
Traumatizados com o desastre de 2013 -o que se compreende- em 2017 os laranjas nabantinos não conseguiram endireitar o barco, perdendo por uma diferença superior à de quatro anos antes, na sequência da dissolução dos IPT. Situação estranha, a denunciar incapacidade para recuperar eleitorado suficiente, mesmo não estando no poder.
As autárquicas de 2021 confirmaram isso mesmo. A manifesta incapacidade social-democrata para atrair eleitorado, quando na oposição, logicamente por carência de propostas alternativas. Entre o original e a cópia implícita, os eleitores preferem o original. Os socialistas perderam 815 votos em quatro anos, devido ao natural desgaste do poder, mas o PSD também perdeu 569 votos, eventualmente naquela situação que se ouvia em Tomar, sobretudo em 2022: "esta câmara socialista é fraca, mas os outros ainda são piores."
Poderão os do PSD alegar que entretanto surgiu o CHEGA, susceptível de justificar essa descida de votos. É possível. Mas o CHEGA obteve só 1.168 votos e o conjunto PS-PSD perdeu 1384, o que demonstra quão diminuta terá sido a influência do novo partido de protesto, tanto mais que, enquanto existiu uma outra formação credível -os IPT- socialistas e social-democratas acabaram por se situar ambos na patamar dos cinco mil votos, conforme mostra o resultado de 2013. A mostrar que, na prática e em Tomar, são gémeos separados à nascença.
Nestas condições, com os socialistas em perda de votos, devido ao usual desgaste do poder, e órfãos da sua líder, os social-democratas a perderem votos, à falta de políticas alternativas, mesmo estando na oposição, a extrema esquerda em queda acentuada, e o CHEGA a não ter ainda conseguido capitalizar o evidente descontentamento, por carência de recursos, como vai ser em 2025?
Para Tomar, o pior seria que todos continuassem a fingir que vai tudo bem, como até agora, mostrando-se irritados com as críticas, em vez de irem preparando um programa, uma estratégia e uma campanha eleitoral, capazes de voltar a motivar o eleitorado. Porque sem isso, a abstenção passou de 41% em 2009, para 46% em 2021, tendo mesmo alcançado 56% nas últimas presidenciais, cujo vencedor era óbvio de antemão.
Está a acontecer o habitual. Quando se publicam tabelas, números, resultados eleitorais ou cifras económicas, o pessoal tem mais que fazer. Sobretudo quando aquilo que se publica não é assim muito agradável para alguns. Bem dizia o outro: Habituem-se!
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