quinta-feira, 26 de outubro de 2023

 


Política local de turismo

Comparando para perceber melhor


Teve relativamente poucos leitores a crónica "Promoção turística: Aldrabar até ao fim", de ontem. É mais uma confirmação do comportamento peculiar de alguns tomarenses, os nabâncios, para não ofender ninguém. Quando suspeitam que determinado texto mostra uma verdade que não lhes é favorável, antes pelo contrário, resolvem não ler. Como suposta punição de quem escreveu, que deve ser pago consoante o leitorado, pensam eles, alicerçados na inveja. Por egocentrismo também, pois aquilo que não se leu, não existe, como é  sabido.
Feita antes a demonstração de que, na política autárquica tomarense, impera o faz de conta e a vigarice intencional, aqui vai uma segunda crónica, para evidenciar a megalomania nabantina, que felizmente não atinge (ainda?) a maioria dos conterrâneos. 
Os responsáveis pelo turismo em Fortaleza - Ceará,  foram a S. Paulo, capital económica do Brasil,  apresentar a tradicional festa de fim de ano, o réveillon. O jornal diário cearense O POVO, do dia seguinte, deu-lhes toda a largura da primeira página. Coisa grande portanto. (Ver imagem acima)
Em resumo, 3 noites de festa, 17 artistas de renome, 600 mil visitantes e 600 milhões de euros de volume de negócios, numa cidade de 2,5 milhões de habitantes, de uma país com 220 milhões de pessoas. Fazem sentido estas previsões. 600 mil visitantes numa cidade tão grande, de um país imenso, gerando uma receita global de 600 milhões de euros, o que corresponde a uma despesa média provável de mil euros por visitante, incluindo transporte aéreo, hotelaria, restauração, bebidas e animação. Não são nenhum exagero.
Compare-se agora com a Festa dos tabuleiros em Tomar, uma cidade 60 vezes mais pequena que Fortaleza, de um país com 22 vezes menos população que o Brasil. A respectiva comissão anunciou, em tempo oportuno, concertos à borla durante 10 noites, e uma expectativa de milhão e meio de visitantes. Mas esqueceram-se de indicar a previsão de despesa e de receita global. Mero acaso?
Agora veja-se: 10 dias em Tomar, 3 noites em Fortaleza. Milhão e meio de visitantes em Tomar, uma pequena cidade, apenas 600 mil em Fortaleza, uma grande metrópole. Dado que não sou psiquiatra, porque nunca estudei nessa área, seria indelicado da minha parte escrever que "é tudo gente doida". Não posso contudo deixar de constatar, porque tão pouco sou cego, que impera nalguns meios ligados ao poder local a mania das grandezas, aquilo a que os especialistas chamam megalomania.
As consequências nefastas para a comunidade tomarense estão cada vez mais à vista, sendo porém bem sabido que os piores cegos são aqueles que não querem ver. É nisso que se baseiam os megalómanos nabâncios e outras estirpes, para irem galopando de aldrabice em vigarice e destas em intrujice, montados, julgam eles, no cavalo da ignorância local, que sendo alguma, também não é assim tão generalizada. Não será por simples acaso ou pouca sorte, que as contas finais da Festa grande estão a ter um parto difícil. Esbanjar, queimar dinheiro, é fácil mas não é barato. Quando chega a altura de mostrar obrigatoriamente cada despesa é que as coisas se complicam, e de que maneira. Conforme está a acontecer agora.
Aqui fica este registo, para que saibam que pelo menos um cidadão já deu pela coisa. Ao contrário daquilo que alguns parecem implicitamente considerar, velhice não é sempre sinónimo de burrice.


2 comentários:

  1. Professor, as contas da festa serão obviamente aprovadas, por o PS ter maioria, a minha curiosidade vai para a reação do PSD, se vota contra ou se abstem. A festa dá votos e tenho curiosidade em saber a coerência do PSD.

    Não se entende é porque é que demora tanto tempo, a ex-presidente justificou-se que estava á espera que o pessoal lhe mandasse as horas extra, que estava muita gente de férias, mas eu já expliquei que isso não faz nenhum sentido, é uma desculpa esfarrapada, ainda mais vinda de uma técnica de emprego!!!

    Eu gostava de ouvir os vereadores PSD na próxima reunião de câmara
    a questionarem o agora presidente se faz sentido a câmara estar á espera da informação das horas extra trabalhadas e se o Presidente acha normal a malta ir de férias e deixar esses procedimentos para mais tarde, porque o que seria natural era os trabalhadores meterem os requerimentos para pagamento de horas, subsídios, ajudas de custo ou quaisquer quantias que tenham a haver, e então irem de férias descansados, isso seria o comportamento natural. Imagine que eles regressavam de férias, metiam os papéis das horas que fizeram em Julho, depois havia um engano qualquer e não recebiam a quantia exacta, tinham de preencher outro papel para fazer o acerto, é uma confusão que ninguém se entende.... mas estou convencido que o PSD também não faria melhor, aqui há uns tempos disse que apoiaria o Carrão mas mudei de ideias. Sa as eleições fossem hoje votaria Chega, não por concordar com a líder e putativa candidata á presidência da câmara, mas para fazer estremecer o sistema porque eu acho que estamos a precisar, isto tem de levar uma grande volta. Infelizmente o Chega tem muita qualidade no parlamento mas em Tomar está muito fraquinho, que pena não termos alguém em Tomar como o Pedro Frazão, deputado do Chega por Santarém.

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    1. Só duas achegas. 1 - Fundamental será que o PSD aproveite a sessão camarária onde serão apresentadas e debatidas as contas, para questionar cada um dos gastos mal explicados ou sem justificação plausível. 2 - Pode ser que o Chega consiga entretanto um candidato forte, competente, honesto, consensual e acima de qualquer suspeita. Oxalá, pois Tomar e os tomarenses só terão a ganhar.

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