quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Casa onde nasceu Chopin, em Zelazowa Wola - Polónia

Turismo e hotelaria

A era dos sacanistas

Começo com um link, que leva a uma crónica longa, mas de leitura útil, para se entender que o mundo é vasto, muito para além da cova nabantina:

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/colunistas/igor-pires/amp/por-que-o-ceara-nao-recebe-muitos-turistas-norte-americanos-1.3431175

E vamos então aos sacanistas. Assim rapidamente, Mário Soares era um socialista e um grande senhor, que não sacaneava ninguém deliberadamente para chegar ao poder, ou nele se manter. Já António Costa, como sabemos, em vez de deixar governar quem ganhara as eleições, usou de sacanice não só para conseguir chegar ao poder, como também para caluniar o antecessor, de forma a manter-se em S. Bento sem reformar. Os resultados estão à vista de todos. De sacanice em sacanice...
Na esfera local, a crónica sobre a inauguração do Hotel Vila Galé, e as declarações de Jorge Rebelo de Almeida, foi um sucesso de arromba. Registou até agora mais de 300 visionamentos, coisa muito rara num blogue boicotado pelos sacanistas tomaristas. Mais importante ainda, desencadeou um bom debate sobre hotelaria e turismo, que já vai nos 38 comentários no Facebook, situação notável numa terra cuja população gosta pouco de ler e ainda menos de escrever.
Entre todos os intervenientes no debate, destaca-se um sacanista que, por pertencer a  uma certa loja, é também um sacanão, e na prática o ideólogo local da actual maioria sacanista.  Além de sacanão com responsabilidades, apesar de fora da carroça do poder, o referido cidadão conterrâneo é também um hereje político. 
Defende coisas impensáveis para a tropa a que pertence, como por exemplo o turismo de luxo contra o excursionismo, que acusa de fazer muito lixo e ter pouco interesse financeiro (ver comentários no Facebook). Léo Lagrange, o socialista que em França, durante do governo do Front populaire, muito fez pelas férias pagas e pelo turismo popular, deve estar às voltas no túmulo. Saberá o dito sacanão quem é e algo mais? Como é bem sabido, a cultura geral é aquilo que fica, quando tudo o resto se esqueceu.
Nesse quadro de rejeição do turismo popular, nomeadamente do excursionismo, que é bem capaz de ter algo a ver com o encerramento do parque de campismo, o citado sacanão insiste em expor as consequências, sem nunca referir as causas. Assim, vai repetindo que os excursionistas fazem muito lixo e até trazem farnel, pelo que pouco gastam nos estabelecimentos locais, mas esquece-se da usual pergunta, sempre muito útil: Porquê?
Se procurasse a ou as causas de tal situação, concluiria que estão ligadas quase exclusivamente à falta de estruturas de acolhimento em Tomar, o que força os turistas em grupo a lembram-se, em tempo oportuno, do velho adágio "Quem vai para o mar, avia-se em terra." 
Prova de que a falta de estruturas de acolhimento condiciona e muito o comportamento dos visitantes, é o próprio percurso do autor destas linhas. Após mais de uma dezena de anos como guia acompanhante, passou a simples turista, integrado em grupos que por vezes até levaram farnel por falta de oferta local, como em Abu Simbel (Egipto), ou na Ilha da Páscoa. E não eram propriamente grupos de turismo barato. Para a ilha da Páscoa são cinco horas e meia de avião, a partir de Santiago do Chile, na costa do Pacífico.
Mesmo em Portugal, numa excursão à Senhora da Agonia, em Viana do Castelo,  não houve necessidade de levar farnel ou de fazer lixo. O autocarro deixou-nos à porta do restaurante, onde havia instalações sanitárias para grupos, após o que o guia nos conduziu aos locais para ver o desfile, tudo sem grandes caminhadas nas estradas nacionais sem passeios, como aconteceu nos tabuleiros em Tomar.
Acresce que este turismo popular em autocarros é, em termos internacionais, uma ínfima percentagem do turismo organizado moderno, como bem sabem os tomarense que já viajaram por esse mundo fora. Que seria de Granada, em Espanha,  de Machu Pichu, no Perú,  da casa natal de Chopin, na Polónia,  ou da grande muralha da China, sem os grupos de turistas em autocarro?
Baralhar as pessoas para ascender ou se manter no poder é a manobra usual dos sacanistas. Mas tudo tem um limite. No caso da crónica anterior, citada no início, o que está em causa são duas coisas bem definidas: A - A inevitabilidade de reformar a organização da festa dos tabuleiros, de forma a que renda, em vez de custar milhões; B - Planear e instalar quanto antes as estruturas de acolhimento turístico, que já deviam estar feitas há mais de dez anos.
Chega de iludir as pessoas com música à borla e comezainas, que o dinheiro depois faz falta para outras coisas mais úteis e prioritárias.



1 comentário:

  1. Os políticos existem para servir o país, devem pois antecipar os problemas. Tal como um bom gestor de uma empresa privada se o não fizer, o seu lugar é na rua.
    Em Tomar devem estar á espera que aconteça algo, para comprar ambulâncias.
    Pois uma fatalidade não avisa e a demora de uma vinda de fora pode ser fatal.
    Com metade do dinheiro gasto nas animações da festa e da feira quantas ambulâncias se compravam?
    Se no governo central estivesse outra cor política bastava 1% da inércia destes governos para a dissolução da assembleia da República.
    É exatamente o que acontece em Tomar.

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